Num jogo intensamente disputado entre encarnados e azuis e brancos, o Benfica saiu derrotado por cinco pontos na receção aos dragões, este sábado, no Pavilhão da Luz, em partida a contar para a jornada 17 do campeonato.

O Benfica esmoreceu nos minutos finais e os azuis e brancos aproveitaram o deslize no quarto período (6-16)

O Benfica esmoreceu nos minutos finais e os azuis e brancos aproveitaram o deslize no quarto período (6-16) Foto: FPB

O FC Porto venceu o SL Benfica este sábado no Pavilhão da Luz (63-68). As duas equipas voltaram ao campeonato para jogar a partida em atraso da 17.ª jornada, depois de pausa para a seleção nacional.

O Benfica, com alguma hesitação na hora de finalizar à distância, viu os dragões a tomarem conta desse setor no primeiro quarto, com 50% de eficácia atrás da linha de três pontos. No entanto, os encarnados compensaram com uma luta constante pelo ressalto ofensivo (tiveram o dobro dos ressaltos, que lhes valeram a maioria dos pontos), o que lhes permitiu terminar o primeiro quarto a 19 igual, com as duas equipas ainda com dificuldades em estabelecer um ritmo.

O primeiro quarto também ficou marcado pela estreia do novo poste norte-americano do Porto, Mike Morrison, que com um potente afundanço de duas mãos marcou os primeiros dois pontos pelos azuis e brancos. Apesar da entrada forte, rapidamente se notaram as dificuldades da nova contratação – o seu cansaço precoce mostrou a má forma do novo ‘22’ do Porto e refletiu-se em dificuldades em estabelecer bloqueios de bola. A sua impressionante estatura de 2,06 metros foi, muitas vezes, a sua única mais-valia, especialmente debaixo dos postes.

No segundo quarto, o Benfica continuou algo desaparecido e ‘aluado’ no processo ofensivo falhando muitos lançamentos. No entanto, e apesar das dificuldades, os pontos foram aparecendo: os encarnados mantiveram a postura na ‘tinta’ e levaram uma vantagem de nove ressaltos para o intervalo (25-16), com destaque para o tunisino Ben Romdhane, que dominou a zona na perfeição no decorrer do jogo e acabaria a primeira parte com 12 ressaltos. O segundo tempo foi também palco de uma superioridade de lançamentos livres do Porto, mas pouco aproveitados – os dragões acabariam por falhar 13 no total do jogo, o que se reflete em 45% de eficácia.

Num jogo sempre bastante equilibrado na primeira parte, o Benfica levou uma curta vantagem de dois pontos para o intervalo (36-34).

FC Porto dá a volta na segunda parte

Na segunda parte, o Benfica ganhou uma nova vida e, sempre a apostar no coletivo, soube aproveitar as falhas ofensivas dos azuis e brancos para ganhar o ressalto e sair na transição rápida, momento em que ganhou muitas vezes a falta e quase sempre aproveitou o lançamento livre que dela resultou.

Do lado do Porto, viu-se um Odomes sempre explosivo ofensivamente, a furar pela esquerda, e um Morrison mais agressivo e ritmado. Nos minutos finais do quarto, o portista João Soares fez dois triplos muito importantes (um deles na ‘campainha’), depois de um jogo em que raramente falhou quando chamado ao serviço: sempre que o Benfica se distanciava no marcador, lá aparecia o extremo atrás da linha de três pontos para manter o equilíbrio no placar. Mesmo assim, o fogo dos três dragões não foi suficiente para queimar a vantagem encarnada – 57-52 no encerrar do terceiro quarto.

Apesar de algumas ‘escapadelas’ no marcador por parte do Benfica, o jogo foi sempre muito disputado, mas o quarto tempo seria conquistado pelo FC Porto, que não se deixou intimidar pela pressão – um Porto mais focado nos minutos finais rapidamente igualou e ultrapassou um Benfica que se ‘engasgou’ no último período. Desorientado ofensivamente, com tentativas pouco claras de se chegar aos dragões no marcador, Ivan Almeida seria um dos culpados: o ‘96’ da equipa lisboeta falhou uma série de lançamentos na passada que foram atrasando o Benfica no placar.

A mudança no marcador abriu ainda espaço para uma acesa discussão entre o extremo do Benfica, Betinho, e o poste dos dragões Johnathan Arledge, que acabaria por ser expulso. Max Landis fechou praticamente tudo a menos de três minutos do fim, com o seu único triplo do jogo (1-5) que adiantou o FC Porto em sete pontos (60-67). O Benfica ainda reduziria a desvantagem, mas o experiente poste Miguel Queiroz (que representa os dragões há nove anos e está possivelmente a fazer a sua melhor temporada de sempre) disse adeus ao Benfica com um ‘spin move’ limpo debaixo do cesto que restabeleceu a vantagem de sete pontos. O extremo do Benfica, José Silva, ainda manteve viva a esperança encarnada, mas um Benfica com quatro pontos de desvantagem demorou a fazer falta e nada pôde fazer para travar a vitória dos azuis.

João Soares (14 pts, 6 res), Rashard Odomes (13 pts, 10 res), Miguel Queiroz (11 pts, 5 res) e Charlon Kloof (11 pts, 2 res, 4 ass) foram os melhores marcadores dos dragões. Do lado do Benfica, Rohmdane foi o homem do jogo, com 10 pontos, 19 ressaltos e 3 assistências.

Com o resultado, o FC Porto igualou os encarnados na tabela da Liga Betclic, apesar de ainda ter um jogo a mais do que as águias e do que o Sporting, que lidera o campeonato com mais um ponto.

Artigo editado por Filipa Silva