O administrador do Banco de Portugal, Hélder Rosalino, fez na última semana o balanço final das campanhas de troca de notas de escudo por euros, que tiveram início em 2006. A última campanha, que terminou em fevereiro deste ano, estava apontada para a entrega de notas da série dos Descobrimentos, lançadas entre 1996 e 1997. O seu valor flutuava entre os 49,88 e os 2,49 euros.

O processo de troca foi pensado da forma mais flexível possível, permitindo aos interessados entregar as notas (danificadas ou não) nos balcões físicos do banco ou através do correio. Esta flexibilidade resultou na troca de quase 65 milhões de euros, mas, ainda assim, o público manteve na sua posse cerca de 94 milhões.

No que diz respeito aos 16 anos de campanhas, segundo o balanço do BdP, os portugueses trocaram um total de 159,3 milhões de euros e guardaram para si outros 186,9 milhões. Entre as explicações possíveis para esta realidade, Hélder Rosalino pondera as possibilidades de “interesse numismático”, motivos de coleção, danos irreversíveis nas notas ou apenas esquecimento.

O fim das campanhas coincidiu com a celebração dos 20 anos de circulação do euro e a administração do banco aproveitou o momento para informar que, dali em diante, “as suas notas de escudo apenas terão valor afetivo ou no mercado do colecionismo”.

A campanha para troca da última série de notas, as dos Descobrimentos, terminou a 28 de fevereiro. Esta série de notas prescreveu a 1 de março de 2022.

Artigo editado por Tiago Serra Cunha