Entre os dias 5 e 12 de março, as ruas do Porto vão ser palco de 18 tunas académicas, que se sentiram sensibilizados pelas consequências da guerra na Ucrânia. A ideia é fazer uma maratona de atuações de rua, para pôr a música e o entretenimento ao serviço da solidariedade. As tunas vão poder ser vistas um pouco por toda a baixa da cidade.
A Tuna Feminina de Letras (TFFLUP), que realizou o convite para esta iniciativa, “sensibilizou-se desde logo com esta situação”, contou a representante do grupo, Ana Sofia Cardoso, ao JPN. Esta empatia foi o motor de arranque para a iniciativa, que rapidamente ganhou forma. “Temos consciência que o que está a acontecer tem repercussões gravíssimas, por isso decidimos que íamos contribuir como pudéssemos para ajudar a Ucrânia”.
Ana Sofia Cardoso explica que a TFFLUP decidiu “estender o convite a todas as tunas e grupos existentes no Porto”. Ao todo, estão a participar 18 tunas, entre as quais alguns nomes de referência na cidade, que “aceitaram prontamente” fazer parte do projeto. Alguns grupos que não puderam contribuir com uma atuação de rua “vão participar através da doação de bens, como é o caso dos Gatunos, da Tuna Feminina da Pessoa e da SocialTuna”, segundo conta a magistra da tuna.
O primeiro dia de atuações, que contou com a presença da tuna organizadora, da Javardémica, da Tufemed e da Cientuna, rendeu aos grupos um total de quase 1.500 euros. Esta segunda-feira, a programação segue com as Tunas Femininas do Instituto Superior de Contabilidade e Administracao do Porto (ISCAP) e da Universidade Católica Portuguesa (UCP).
O calendário das atuações, que vão acontecer na zona da baixa do Porto, pode ser encontrado nas páginas de Facebook e Instagram da TFFLUP, onde a iniciativa tem vindo a ser divulgada com o hashtag #AtuarPelaSolidariedade (“Atuar Pela Solidariedade”). De acordo com a informação presente nas redes sociais, “todo o valor angariado será revertido na compra de bens e entregue ao Seminário do Cristo Redentor, em Gaia”.
“Optamos por esta associação porque partiu da rede de contactos de um dos nossos elementos e assim temos a certeza que as coisas vão para um sítio seguro e que os bens vão chegar ao destino que é suposto”, esclareceu Ana Sofia Cardoso ao JPN.
Durante as atuações de rua, as tunas só aceitam doações em dinheiro, por uma questão de “praticidade”. Ainda assim, a pensar em todas as formas de ajuda possíveis, a “Tun’Azul” está a promover, em parceria com a Associação de Estudantes da FLUP (AEFLUP), uma ação de recolha de bens, para aqueles que desejem contribuir dessa forma.
Num desabafo, a dirigente da Tuna Feminina da FLUP afirma que “é surreal viver algo deste género nos dias de hoje” e apela a que os grupos se reinventem, para que “não deixe de ser feita a solidariedade e que não deixe de existir a empatia pelo próximo, porque isso também é ser muito tuna e muito grupo académico”.
Artigo editado por Tiago Serra Cunha