A forma como a esquadra da PSP de Ermesinde está a funcionar está a gerar preocupação em algumas forças políticas locais. Forças essas que questionam também o Executivo municipal de Valongo – concelho a que a freguesia pertence – sobre um futuro sistema de videovigilância no município a que o presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro, já aludiu em, pelo menos, duas ocasiões.

A última foi na reunião camarária do dia 24 de fevereiro. No encontro, foi posto em causa o funcionamento da esquadra da PSP de Ermesinde, por vereadores da oposição. Miguel Santos, um dos dois vereadores do PSD da Câmara Municipal de Valongo (CMV), afirma ao JPN que a esquadra da PSP de Ermesinde “funciona administrativamente” e não é aquilo que julga ser “adequado para a cidade de Ermesinde e aquilo que Ermesinde precisa em termos de apoio, de proteção e segurança”.

O assunto foi trazido a público pelo PAN, que enviou uma pergunta formal, nessa semana, à Ministra da Administração Interna “sobre se a esquadra da PSP será encerrada, e qual a justificação apresentada para o encerramento de uma esquadra numa área com 40.000 habitantes“. Se esse não for o caso – e até ao momento, não há qualquer indicação oficial de que tal venha a acontecer – o partido pretende perceber “qual o plano de funcionamento da respetiva esquadra e se o sistema de videovigilância que a CMV pretende instalar na zona de Ermesinde e de Valongo, num investimento de centenas de milhares de euros, tem como objetivo colmatar a manifesta falta de recursos humanos na esquadra de Ermesinde”, como garante em comunicado.

Questionado pelo JPN acerca do funcionamento da esquadra de Ermesinde, o Comando Metropolitano do Porto da PSP, sem responder em concreto às questões sobre a esquadra referida, assegura que “a capacidade operacional” de unidades como a de Ermesinde “está sempre assegurada, 24 horas por dia, sete dias por semana”. Afirma ainda que a “missão de garantir a ordem e tranquilidade públicas, bem como de prevenção e combate à criminalidade, não foi, nem será, posta em causa”.

O Comando Metropolitano do Porto da PSP não deixa, contudo, de mencionar que, ainda que “não esteja disponível a valência de atendimento ao público nalguma esquadra”, nomeadamente no período da meia-noite às 8h00 da manhã, “não existe nenhum encerramento do espaço”, assegurando que permanece sempre um elemento policial que, em caso de uma urgência que requeira intervenção, “aciona um meio policial suplementar para o local”.

Videovigilância em Valongo?

Na reunião do Executivo municipal de dia 24 de fevereiro, foi novamente referida, pelo presidente da CMV, José Manuel Ribeiro, a ideia de implementar, em Ermesinde e Valongo, um sistema de videovigilância.

Este sistema levanta questões em alguns partidos. Miguel Santos, vereador do PSD, afirma ao JPN que, até ao momento, não conhece “qual é o plano de estabelecimento de videovigilância na cidade de Ermesinde, e com certeza tem de haver um plano”. Acrescenta que a própria PSP também “não tem conhecimento”, algo que considera “estranho”, porque um estabelecimento de videovigilância “numa cidade como Ermesinde não pode deixar as forças de segurança de parte”, assevera.

O vereador da oposição refere que a videovigilância “poderá ser atenuante a um sistema para ajudar em termos de segurança, mas não substitui o policiamento de forma alguma“.

Nuno Pires, membro da distrital do Porto do PAN, vê uma possível relação entre o funcionamento da esquadra da PSP de Ermesinde e o sistema de videovigilância. “O que nos está a parecer é que estão um bocadinho a preterir a esquadra de Ermesinde para apostar num sistema de videovigilância“, afirma ao JPN.

O JPN tentou entrar em contacto com o presidente da Câmara Municipal de Valongo para obter esclarecimentos sobre a matéria, mas sem sucesso até ao momento de publicação do artigo.

Artigo editado por Filipa Silva