A mais recente peça do Teatro Didascália é dirigida aos mais jovens e desafia-os a lutarem pelo seu direito a uma existência justa e a resistir "através da empatia, da solidariedade, da ação coletiva".

A composição musical é da baterista Susie Filipe e do guitarrista Pedro (Peixe) Cardoso. Foto: Paulo Pimenta

Na nova peça do Teatro Didascália, que estreia esta quinta-feira (10), em Guimarães, o palco será um espaço partilhado entre artistas e público. “Soundcheck” pretende que a audiência embarque “numa viagem musical dançada ao som dos vários movimentos que marcaram e marcam o rock”, lê-se no texto de apresentação da peça.

Bruno Martins, responsável pela dramaturgia, encenação e interpretação da obra, disse ao JPN que o rock é usado para “trabalhar uma série de ideias e temas dos quais o rock and roll foi, em alguns momentos, percursor ou em que acabou por acompanhar algumas transformações sociais ao longo do século XX”.

Mas “mais do que falar do rock, [o objetivo] foi falar da escuta e do poder que uma escuta crítica e apurada tem sobre o mundo”, afirmou. O encenador acredita que a resistência faz-se através desta “ferramenta muito poderosa que é a escuta, para podermos perceber melhor os problemas do outro”.

A obra mergulha nos diversos estilos que “habitam no rock, desde o punk ao heavy metal até aos roqueiros com camisas de flanela inspirados pela folk”. A composição musical e interpretação também conta com o guitarrista Pedro (Peixe) Cardoso e a baterista Susie Filipe.

O espetáculo inclui a participação um grupo de alunos da Escola Básica Egas Moniz, na récita marcada para este sábado. Os alunos vão apresentar um tema musical, um momento que resulta de uma oficina realizada pelo Teatro Didascália no estabelecimento de ensino.

Temas que marcaram o século passado, como a liberdade sexual ou a revolução tecnológica, são apresentados através deste género musical num formato “entre a peça de teatro e o concerto”. Por essa razão, a lotação é relativamente pequena, “cerca de 80 pessoas”, criando também um ambiente mais intimista.

O “poder da escuta” é para testar nesta peça. Foto: Paulo Pimenta

A peça estreia esta quinta-feira (10) e vai ficar em exibição até sábado (12), na Black Box do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), em Guimarães, e tem a duração de 60 minutos. A entrada tem um valor de 2 euros e dirige-se a maiores de 12 anos.

Após as sessões iniciais, a peça vai estar em digressão por outros palcos do país: Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão (21 a 23 de abril), Convento São Francisco, em Coimbra (14 de maio), Teatro Aveirense (25 de maio), Sever do Vouga (5 de novembro), Circuito Educativo Braga media arts (18 e 19 de novembro) e Cine-teatro Louletano (25 de novembro).

“Soundcheck” é uma coprodução do Teatro Didascália, A Oficina, Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, Teatro Aveirense, Circuito – Serviço Educativo Braga Media Arts e Cineteatro Louletano.

Artigo editado por Filipa Silva