O Festival Internacional de Cinema do Porto anunciou a programação daquela que será a sua 42.ª edição. De 1 a 10 de abril, o Fantasporto regressa, em 2022, ao Teatro Rivoli com 26 antestreias europeias e mundiais.

Beatriz Pacheco Pereira e Mário Dorminsky, os históricos diretores do Fantasporto. Foto: Sofia Silva Freitas

Dos 55 filmes em competição no Fantasporto deste ano, 26 correspondem a antestreias europeias e mundiais, anunciou esta quarta-feira (23) a organização do festival de cinema. “Facto inédito num evento cinematográfico em Portugal”, afirmou o diretor, Mário Dorminsky, na conferência de imprensa de apresentação do evento no Teatro Rivoli, no Porto. Segundo a organização, a maioria dos filmes em exibição são grandes produções.

A abrir oficialmente o festival, no dia 1 de abril, vai passar a superprodução “XXXHolic”, filme realizado por Mica Ninagawa e guião de Erika Yoshida, uma antestreia mundial que vai, também, fazer parte da competição na secção de Cinema Fantástico. A longa-metragem de 110 minutos, a estrear nos cinemas japoneses a 29 de abril, é uma adaptação para live-action da manga “XXXHolic” das CLAMP.

“XXXHolic” é um dos destaques da programação do Fantas.

O filme retrata a vida de um estudante do ensino médio, Kimihiro Watanuki, que vive sozinho desde a morte dos pais. Kimihiro é dotado de uma particularidade que o permite ver criaturas de outro mundo, que o atormentam no dia a dia.

A Ásia tem uma forte presença na seleção deste ano. Sem contar com Portugal, que apresenta oito antestreias mundiais, a liderar o grupo das antestreias está o Japão, com seis mundiais e duas europeias, todas elas produções de grande orçamento, vindas de companhias como a Toei, Pony Canyon ou Fugi Film.

Na mesma sessão de abertura desta edição, a 1 de abril, vai ainda ser exibido o filme de ficção científica de Ridley Scott, “Blade Runner”, 40 anos depois da sua antestreia europeia no Fantasporto.

O lugar para o encerramento vai ser ocupado pela comédia dramática ucraniana “Everything, nothing and something else”, de Marina Kondratieva, um destaque salientado pela organização. “O filme ucraniano passa-se nas ruas de Kiev. É um filme nostálgico porque está bem feito, mas, é sobretudo um filme que nos mostra uma cidade muito bonita, uma cidade antiga e que é vista através de um taxista”, descreve Beatriz Pacheco Pereira. Para Mário Dorminsky, a transmissão deste filme é essencial: “fica a nossa intenção de homenagear o povo ucraniano e isso é fundamental.”

“Amelinda” é a proposta de Miguel Gomes no Fantasporto.

“Amelinda” de Miguel Gomes, “Jornada de papel” de Emanuel de Oliveira e Maria Ana Marques, “Fruta tocada por falta de jardineiro” de Pedro Senna Nunes, “Dilúvio” de Eduardo Cruz, e “Atrás das portas” de Tom Freitas, Bruno Acosta e Inês Paredes, “Misericórdia”, de Gonçalo Loureiro, são alguns filmes portugueses que vão ser exibidos no Fantasporto, em antestreia mundial.

A seleção de filmes para esta edição aborda temas desde a pandemia à importância de tecnologia em casa, passando por outros como a sustentabilidade, redes sociais, ficção científica e a guerra.

Além da exibição de filmes, a organização do Fantasporto destacou, durante a conferência de imprensa, a realização de uma exposição de cartazes: “O Fantasporto tem 42 anos e tem cartazes que vão acompanhando a estética, as modas e tendências da época em que foram feitos. E acaba por se fazer o fecho de um ciclo aqui, porque para o ano possivelmente iremos para o Batalha Centro de Cinema”.

Paralelamente à exibição dos filmes, e exposição de cartazes, o Fantasporto vai apresentar livros, nomeadamente o “livro dos 40 anos do Fantasporto”.

A organização do Festival, que vai decorrer de 1 a 10 de abril no Teatro Rivoli, reforça a importância do mesmo como “descobridor de novos talentos”, como no caso de “Quentin Tarantino, os irmãos Coen, David Fincher, Danny Boyle, entre outros”, recordaram, e Mário Dorminsky refere-se ao certame como “o grande festival existente em Portugal”.

Quando questionado em relação ao orçamento do festival, o diretor Mário Dorminsky, responde, sem revelar valores, que o festival sofreu, ao longo do tempo, pesados cortes financeiramente: “Em 2000, tínhamos cerca de 1 milhão de euros para fazer o festival, neste momento não digo nada, mas temos muito menos.”

As datas do Fantasporto para 2023 já são conhecidas. O Festival vai decorrer no Batalha Centro de Cinema, de 23 de fevereiro a 5 de março.

Artigo editado por Filipa Silva