A Rede Portuguesa da Arte Contemporânea - Norte nasce de uma aliança entre a Direção Regional de Cultura do Norte e o Turismo do Porto e Norte de Portugal, com o propósito de chamar novos públicos a espaços culturais de arte contemporânea e moderna. Laura Castro, da DRCN, falou com o JPN sobre o projeto-piloto que espera atrair público variado.

A Fundação Serralves faz parte da RPAC-Norte. Foto: Renata Monteiro

Pela arte e pela promoção do turismo, surge a Rede Portuguesa da Arte Contemporânea – Norte (RPAC-NORTE), uma plataforma online que conta com a participação de 13 instituições culturais, que se distinguem em diversas áreas da arte, arquitetura e design contemporâneos. Uma estratégia de promoção integrada que quer captar novos públicos para os espaços de arte contemporânea e moderna do Norte.

A iniciativa é da Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN), com o apoio do Turismo do Porto e Norte de Portugal, que apresentou o projeto na passada quinta-feira (17) na Bolsa de Turismo de Lisboa. A ideia é que a rede seja nacional. O projeto do Norte foi o primeiro a arrancar e funcionará como projeto-piloto.

No site da iniciativa, é possível conhecer a programação cultural dos espaços (ver caixa). Para cada um, há fotografias das exposições, a história breve do local, informação sobre a arquitetura do espaço e o seu autor, e é possível descobrir o que podemos visitar em cada instituição. Informações como o preço dos bilhetes, horários e a localização também estão disponíveis.

Centros de arte da RPAC-N

Fundação Cupertino de Miranda
Casa da Arquitectura Centro Português de Arquitectura
Casa do Design
Centro de Arte Contemporânea Graça Morais
Centro de Arte Oliva
Centro Internacional das Artes José de Guimarães
Fundação Marques da Silva
Fundação Serralves
Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende
Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso
Museu Bienal De Cerveira
Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso
Museu Internacional de Escultura Contemporânea

Mas como é objetivo da rede também a valorização territorial à volta das cidades onde se encontram os centros, a RPAC-Norte promove também roteiros culturais e gastronómicos organizados por quatro regiões: Porto, Douro, Minho e Trás-os-Montes.

No Porto, por exemplo, além de visitar Serralves ou a Fundação Cupertino de Miranda, listam-se outras possibilidades de visita, do Mosteiro da Serra do Pilar ao Palácio da Bolsa, juntando sugestões gastronómicas que vão da Lampreia às Conservas.

Rede proporciona mais “força e alcance” na divulgação

Ao JPN, a diretora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro, afirma que “a ideia era promover, de uma forma articulada, um conjunto de equipamentos que são fundamentais no tecido cultural do norte do país”.

São onze as cidades que apresentam instituições culturais integradas no projeto – Amarante, Bragança, Cerveira, Chaves, Famalicão, Gondomar, Guimarães, Matosinhos, Porto, Santo Tirso e São João da Madeira. Laura Castro admite que “é muito desigual a forma como as pessoas procuram a oferta cultural no norte do país, sendo que Porto, Braga e o litoral têm sempre mais procura do que o interior”.

Por isso, o objetivo desta iniciativa passa também por dar a conhecer todos estes espaços através de uma divulgação articulada. Tem muito mais força e alcance esta divulgação articulada do que propriamente a divulgação individual e isolada de cada um desses equipamentos”, argumenta a diretora.

Outra adversidade que se notou com a partilha isolada era que as instituições o faziam “para públicos da área da cultura, da área artística, da área da arquitetura”, que já conheciam os espaços e tinham a informação necessária para os visitar. A presente plataforma, na visão dos promotores, está feita para chegar a outros públicos.

“Esta parceria com o Turismo do Porto e do Norte de Portugal foi absolutamente fundamental. Ensaia uma colaboração entre estas instituições, precisamente com essa finalidade de maior divulgação e de capacidade de penetração nos mercados turísticos”, afirma Laura Castro.

A diretora Regional da Cultura do Norte não deixa de lado a hipótese de vir a acrescentar novas instituições à iniciativa. “Instituições que cumprirem determinados requisitos e que correspondam a determinados critérios poderão fazer parte da RPAC – Norte. Neste projeto, ficaram cobertas pelo menos as instituições que têm boas coleções de arte moderna e contemporânea e uma boa programação cultural”, remata Laura Castro.

Um percurso pelo Norte

Quando questionada sobre um possível itinerário a percorrer, a diretora Regional da Cultura do Norte admite que os treze equipamentos têm algo de valor a oferecer. “Eu acho que nenhum devia ficar de fora, porque estamos a falar de peças fundamentais da cultura, artística e arquitetónica, portuguesa”, afirma.

No Porto, ressalvou a importância da Fundação de Serralves e da Fundação Marques da Silva. Nos concelhos limítrofes da cidade, deu destaque à Casa do Design e à Casa da Arquitetura em Matosinhos e ao Lugar do Desenho – Fundação Júlio Resende, pertencente ao concelho de Gondomar.

A norte do Porto destacou, em Santo Tirso, o “circuito ao ar livre pelo Museu Internacional de Escultura”, bem como o museu projetado pelo arquiteto Sisa Vieira. Já em Guimarães, realçou o Centro de Artes José de Guimarães.

Com olhar no interior do país, evidenciou o Museu Municipal de Amadeo de Souza-Cardoso, como marca muito importante da cidade de Amarante e, ainda, o Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, em Chaves. Por fim, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, localizado em Bragança.

Acrescentam-se a Fundação Cupertino de Miranda, na cidade de Famalicão, o Museu Bienal de Cerveira em Vila Nova de Cerveira e, por fim, o Centro de Arte Oliva que se localiza em São João da Madeira.

A diretora Regional da Cultura do Norte acredita que se “ganha aqui alguma economia de escala no que é a produção dessas atividades”.  Esta iniciativa “está a levar as pessoas a circular pelo território”, acrescentou ainda. 

Artigo editado por Filipa Silva