A Muramasa foi criada em 2021 e distingue-se pela flexibilidade de ajuste à pele do consumidor. João Gomes, CEO da Tatara Razors, conversou com o JPN acerca deste aparelho inovador já patenteado pela empresa incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto.
Desenvolvida por três jovens formados em Engenharia Mecânica e com experiência em indústria metalomecânica, a startup Tatara Razors quer destacar-se pela inovação e pela diferença. Por isso, criou, no ano passado, um novo sistema de barbear 100% português que é o único no mundo, com placas deslizantes ajustáveis para os aparelhos de barbear. A inovação da empresa, que integra o universo da UPTEC – Parque da Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, está patenteada.
Numa conversa com o JPN, João Gomes, CEO e um dos fundadores da Tatara Razors, explicou que, em comparação com os outros modelos, o sistema de placas deslizantes ajustáveis da Muramasa diferencia-se por ser “mais flexível” e pela capacidade de modificar o ponto de contacto entre a lâmina e a pele, apenas ao rodar o manípulo do aparelho. Está apta para diferentes sensibilidades com a “opção de mais ou menos agressividade”, acabando por depender somente do critério de cada consumidor.
O seu desenho acompanha a sua função de eficiência e qualidade, com “um razor mais versátil, mantendo o minimalismo e design” da marca Tatara Razors. “A Muramasa consegue oferecer caraterísticas que a Masamune e a Nodachi não conseguem“, conclui o engenheiro, comparando os modelos desenvolvidos pela starup.
Três modelos
A inovação já garantiu a venda de mais de 800 exemplares para todo o mundo, nomeadamente para os Estados Unidos da América, Itália, Reino Unido, Espanha e Portugal. Um produto com “um preço considerável”, admite João Gomes, que se justifica por ter “inovações não existentes em outros modelos”. Ao todo “são cinco razors“, o que, na verdade, para um dos idealizadores do projeto, “acaba por não ser caro, porque as lâminas são bastante mais baratas que as máquinas descartáveis”, o que resultada numa “poupança a longo prazo”.
Ao todo, a empresa já desenvolveu três aparelhos de barbear – os preços oscilam entre os 149 e os 361 euros – com algumas variações de pentes, abertos e fechados, e também uma variação de cores. O primeiro a ser criado foi a Masamune (2017), seguida da Nodachi (2019). O primeiro modelo tem funções distintas do segundo: a Masamune “é mais suave” em comparação com a Nodachi que “é mais agressiva”, feita especialmente para “barbas mais duras”, explica João Gomes.
A Tatara Razors é uma empresa internacional que vê Portugal como um “mercado interessante”. No total, desde sua fundação foram vendidos mais de 5000 exemplares para mais de 60 países. Comprometidos com a causa ambiental, 100% dos seus produtos são sustentáveis, feitos com “material inox que não estraga e não polui” – afirma Gomes. Não são utilizados plásticos em “nenhum dos modelos e em nenhuma das embalagens”. A contribuir também para a sustentabilidade, o modelo tem garantia vitalícia.
O projeto surgiu em 2016, mas a marca foi lançada um ano depois. A ideia da criação nasceu a partir de um dos fundadores, que desenvolvia antes máquinas de barbear e equipamentos de barbear. Conforme conta João Gomes, “os acabamentos [destes produtos] não eram bons” e os equipamento eram feitos por processo de “fabrico com matérias menos nobres”. O CEO da empresa conta ainda que, a partir daí, numa outra fase, juntaram-se as “três cabeças” com a ideia de fazer algo “com melhor qualidade e mais premium“.
No início foi feito um primeiro protótipo que foi mandado para alguns consumidores. João Gomes revela que foram feitas “alterações no primeiro protótipo e no segundo até termos um produto bom com uma função boa em metais mais nobres” ao invés de ser em metais de zamak que conforme explica “acaba por oxidar”. Logo à primeira, houve muita adesão e a partir daí nunca mais parou a Tatara Razors.
Espelhado nos valores orientais, a designação Tatara, que dá nome à startup, está relacionada com uma expressão técnica dada ao forno onde se faziam as catanas dos samurais. Isto porque, no inicio, os primeiros protótipos da empresa eram feitos por fundição de precisão, passando depois a ser feitos por maquinação CNC. Neste sentido, foi decidido o nome, fruto de uma mescla “japonesa com a parte cortante dos samurais e com os fornos das catanas”, completa.
Artigo editado por Filipa Silva