“É uma edição compacta, com 16 espetáculos, com três estreias nacionais e sete estreias absolutas”. Assim se descreve a 45.ª edição do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI). A decorrer até dia 22 de maio, vai passar por 11 salas de teatro entre o Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos e Viana do Castelo. Os 12 dias de espetáculos arrancam no Teatro Nacional São João (TNSJ) com “Bloom!”, de Miguel Loureiro.
A edição deste ano traz quatro obras internacionais, entre elas, “Fuck me”, da argentina Marina Otero (17 de maio, no Rivoli); e “Figueiredo”, do brasileiro Pedro Vilela (13 de maio, Auditório Municipal de Gaia). Há também destaque para “Othello”, da espanhola Marta Pazos (21 de maio no TNSJ), que vai encerrar a programação.
O espetáculo “Drágon”, do dramaturgo chileno Guillermo Calderón (dias 14 e 15 de maio no TNSJ), é outro dos espetáculos em destaque. A peça inspira-se na “crise artística subsequente a ‘Mateluna'”, a sua peça anterior. “Um coletivo teatral denominado Dragón reúne-se para planear o próximo projeto, mas um conflito interno abre-se em dilema. A violência sobre os imigrantes no Chile é o ponto de partida” lê-se no site do Teatro Nacional São João.
Além destes quatro espetáculos internacionais, apresentam-se ainda 12 estruturas nacionais. “Num ano em que a presença de criadores portuenses é assinalável, com mais seis estruturas de criação do Porto, e mais quatro criadores com origem no Porto”, salienta o comunicado do FITEI. Segundo Gonçalo Amorim, da direção do festival, houve um “especial cuidado de olhar para o tecido teatral que trabalha a partir da cidade”.
Miguel Loureiro, Palmilha Dentada, a dupla Joana Von Mayer Trindade & Hugo Calhim, Teresa Coutinho, Albano Jerónimo, João Telmo, Nuno M. Cardoso, Miguel Bonneville & Sofia Dinger, Pedro Frias/Assédio, Teatro do Frio, Teresa Arcanjo e aia Apuro, em colaboração com a artista argentina Pilar Ruiz, são os protagonistas dos espetáculos nacionais escolhidos.
“Orgia”, de Nuno M. Cardoso é um dos destaques nacionais, com interpretação de Beatriz Batarda, Albano Jerónimo e Marina Leonardo (18 de maio, Teatro Constantino Nery, Matosinhos). Outro destaque luso é “Fabulamãe” (20 e 21 de maio, no Teatro Campo Alegre), com encenação e interpretação de Teresa Arcanjo e texto de Pedro Galiza.
“Distante”, um texto da dramaturga Carly Churchill, com encenação de Teresa Coutinho, é apresentado no Teatro Carlos Alberto nos dias 11 e 12 de maio. “Língua de Cão e Litania”, com encenação de João Cardoso; “Orlando”, com direção de Albano Jerónimo; “Os Heróis que não aterram nas ilhas dos contos”; de Rui Spranger; ou “O Primeiro Sol”, de Sofia Dinger e Miguel Bonneville, são outros dos espetáculos a assistir neste FITEI.
“Voltaremos com todas as nossas secções em formato presencial”, garante a organização do FITEI, que nos últimos dois anos teve uma edição cancelada (em 2020) e outra online (em 2021). Ainda assim, a 45.ª edição vai manter o formato que desenvolveu fruto da pandemia e que foi um sucesso: o streaming. “Vai permitir que os espetáculos cheguem aos quatro cantos do mundo”, refere a organização.
Sobre a programação, não foram revelados dias ou horários, mas isso acontecerá na porta dos teatros, para criar um efeito surpresa junto do público.
Artigo editado por Tiago Serra Cunha