O país ultrapassou, pela primeira vez, o número das 12 mil praticantes federadas nas modalidades de futebol e futsal. Número é, ainda assim, residual, comparado com o quadro masculino. Segundo a Pordata, são só seis os desportos federados em que há mais mulheres do que homens em Portugal.
Portugal bateu o recorde do número de atletas federadas a praticar futebol e futsal. No total, estão inscritas na Federação Portuguesa de Futebol (FPF) 12.005 praticantes femininas, sendo 7.773 em futebol e 4.232 em futsal.
Sem comparar com os números do ano passado, atípicos devido à pandemia da Covid-19, o número de atletas aumentou 5,7% face à contagem de 2020 e representa praticamente o dobro do número de atletas que a modalidade tinha há dez anos – 6.012 em 2011. Os dados são de um balanço de 31 de março que a FPF destacou no seu site esta quinta-feira.
Na base deste crescimento está, para Mónica Jorge, diretora da FPF, “o compromisso que tanto os clubes como as Associações de Futebol assumiram com a Federação Portuguesa de Futebol no processo de certificação, levando a uma melhoria em quantidade e em qualidade das instalações desportivas para a prática feminina, o que atrai mais jogadoras”, disse em declarações ao site oficial da Federação.
A responsável salientou ainda que o objetivo é chegar às 20 mil praticantes nos próximos anos.
Só há seis desportos maioritariamente femininos
Num relatório da Pordata, divulgado esta quarta-feira (6), em comemoração do Dia Mundial da Atividade Física, os dados relativos à prática desportiva federada denotam o grande domínio que ainda se observa dos praticantes masculinos. De acordo com os dados, que são de 2017, só há seis modalidades onde a maioria são mulheres ou raparigas. São eles a ginástica (87%), a dança desportiva (63%), a equitação (60%), a natação (55%), o voleibol (55%) e a patinagem (54%).
Em termos gerais e contabilizando todas as modalidades, existem 624 mil praticantes de desporto federado, sendo 438.721 homens (70%) e 185.280 mulheres. Esta discrepância é também encontrada fora da prática. Cargos de treinadores, árbitros e dirigentes são maioritariamente ocupados pelo sexo masculino.
Para além disso, é encontrado no relatório dados que confirmam que Portugal é o país da União Europeia em que menos se faz exercício. As principais razões que explicam esta falta de investimento no desporto é justificada, em todas as faixas etárias, por falta de tempo e muitas vezes de motivação.
A prática da atividade física é feita, segundo os entrevistados, ao ar livre ou na escola, tendo como incentivo a boa forma física, o contributo para a saúde e ainda a diversão.
Artigo editado por Filipa Silva