A 8ª. edição do festival TRANSEUROPA vai realizar-se de 21 a 25 de abril, no Porto. Este é um festival internacional de arte e política que, pela primeira vez, tem lugar em Portugal.

O Festival Bienal das Alternativas Europeias (AE) celebra a sua nova edição sob o tema “Decolonize, Decarbonize, Democratize”, em cooperação com parceiros locais, tais como a Cooperativa Árvore, a Universidade do Porto, a Universidade Lusófona do Porto, a Livraria Aberta e o Município de Valongo.

O TRANSEUROPA propõe uma série de conferências, workshops, exposições artísticas, performances, exibições, concertos e debates políticos. Através da arte, cultura e práticas inovadoras, promove ainda espaços de diálogo e aprendizagem aos ativistas.

A artista ciborgue Moon Ribas é uma das confirmações do evento. Foto: Wikimedia Commons

Durante os cinco dias de festival, vão participar na iniciativa oradores nacionais e internacionais, nomeadamente a artista ciborgue Moon Ribas, a professora Enikő Vincze, a cineasta Serena Vittorini, o fundador do IEEI Álvaro Vasconcelos, entre vários outros.

Organizado pela Alternativas Europeias e pelo Forum Demos, em colaboração com outros parceiros, o festival oferece uma “contranarrativa aos discursos dominantes de crise e ameaça do desconhecido”.

“Numa época marcada pela crise climática, pela desigualdade e pela discriminação dos grupos minoritários, o festival abre espaços para reconhecer a agência dos cidadãos para tomar medidas e redefinir o espaço que ocupamos no mundo”, lê-se no comunicado de imprensa.

Exposições, workshops e assembleias

No âmbito do festival TRANSEUROPA, a Cooperativa Árvore vai receber as exposições da plataforma Room to Bloom e do coletivo de artistas locais Plataforma UMA. Ambas as exposições contam com a presença dos artistas nas inaugurações, no dia 21 de abril. Além disso, o Jardim Botânico vai acolher duas exposições do Grupo EducAR.

Nos dias 21 e 22 de abril, vão realizar-se workshops de cerâmica e pintura de azulejos. Já no dia 24, a Galeria da Biodiversidade recebe workshops que abordam questões de consumo local e verde.

Vão ainda decorrer, durante os dias de festival, assembleias cidadãs no Porto e em Valongo, organizadas pelo Forum Demos com o apoio da Câmara Municipal de Valongo, Coligação Citizens Take Over Europe, Academy of Migrant Organizing, entre outros. Nas assembleias, os cidadãos vão poder discutir temas importantes que giram em torno das alterações climáticas, feminismo, solidariedade e democracia.

Todas as atividades do programa são abertas e gratuitas, à exceção dos workshops e meet & greets, que necessitam de registo no site do festival.

15 anos de história na Europa

A primeira edição deste festival realizou-se em 2007, em Londres. Desde esse ano, o TRANSEUROPA tem evoluído como um festival artístico, cultural e político, organizado pelas Alternativas Europeias.

As AE são uma organização da sociedade civil que trabalha em toda a Europa para promover a cultura, a igualdade e a democracia para além do Estado-Nação.

Durante a última década, o TRANSEUROPA tem funcionado de forma descentralizada, organizando encontros simultâneos em dezenas de cidades europeias, em paralelo com o Festival, um momento de destaque numa grande cidade. Depois da edição de 2019 realizada em Palermo, a cidade do Porto foi a escolhida para receber a nova edição.

“Queríamos trazer o nosso Festival até ao Porto, este ano, uma vez que esta cidade torna-se o local ideal para desenvolver conceitos que consideramos chave, e repensar um novo espaço físico e conceptual, no qual as relações entre a Europa e o resto do mundo assumem uma forma diferente”, refere a organização do evento.

Artigo editado por Tiago Serra Cunha