O ministro das Infraestruturas e Habitação esteve no Porto com o presidente da Câmara, Rui Moreira, que tem criticado publicamente a companhia de bandeira portuguesa, por ter reduzido os voos que partem do Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Sobre o assunto, o ministro afirmou que a TAP "está de regresso a todo o país" e ressalvou que o plano de recuperação da empresa está a ser "cumprido".
Na sua visita ao Porto, enquadrada na assinatura de dois acordos de financiamento na área da habitação, que ocorreu esta terça-feira (12) nos Paços do Concelho, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, respondeu a algumas questões dos jornalistas sobre a operação da TAP no Aeroporto do Porto, que tem merecido críticas de várias entidades e autarcas da região, a começar pelo edil do Porto, Rui Moreira. De forma direta, e numa referência ao processo de nacionalização da companhia, o ministro afirmou que “a companhia aérea está de regresso a todo país”. Sem se pronunciar especificamente sobre a situação atual no Porto, o ministro mostrou-se entusiasmado com o processo de recuperação em curso na TAP.
Pedro Nuno Santos estava acompanhado naquele momento pelo presidente da Câmara do Porto, que tem criticado, regularmente e de forma pública, a forma como a empresa tem gerido a sua operação no Porto e a falta de intervenção do Governo na matéria. Na visão de Rui Moreira, a companhia não tem “utilidade para o Porto”, afirmação feita em vários momentos. Moreira tem criticado também o facto de somente 10% dos voos do aeroporto Francisco Sá Carneiro serem da responsabilidade da companhia nacional.
À conversa com os jornalista, o ministro foi questionado sobre uma possível nova intervenção do Estado na TAP, devido ao aumento dos preços de combustíveis e num momento em que a companhia admitiu aumento nas tarifas. Pedro Nuno Santos explicou que existe “um plano de restruturação que está a ser cumprido” e que tem sido cumprido “melhor do que estava previsto”. O ministro considera que a companhia está no “caminho certo” e que neste momento “é necessário fazer esforços para que a empresa seja viável”.
Questionado sobre a contratação de novo pessoal anunciada pela TAP, Pedro Nuno Santos disse que não se pronuncia sobre decisões de gestão e que o mais importante é que nesse momento está a ser cumprido o plano de restruturação, o que significa que a companhia voltará a ser estável.
A companhia aérea portuguesa anunciou há uma semana cortes de rotas para o Porto. No total, sete voos não vão mais partir da segunda maior dia do País. Em números, isto representa menos 705 mil lugares com a saída do Norte. Em contrapartida, são esperados aumentos de lugares de viagem para Lisboa e Funchal, 40 mil e 20 mil respetivamente, e o mesmo número de passageiros para Paris.
De acordo com a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a TAP, que o Governo decidiu renacionalizar em 2020, registou 1.600 milhões de euros de prejuízo em 2021 – abaixo, ainda assim, dos 1.750 milhões previstos pelo plano de recuperação acordado com Bruxelas. Isto, apesar do aumento do número de passageiros transportados e das receitas. O encerramento das operações de engenharia e manutenção no Brasil é apontado, pela administração, como o principal motivo para as perdas.
Artigo editado por Filipa Silva