O ministro das Infraestruturas e Habitação esteve no Porto com o presidente da Câmara, Rui Moreira, que tem criticado publicamente a companhia de bandeira portuguesa, por ter reduzido os voos que partem do Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Sobre o assunto, o ministro afirmou que a TAP "está de regresso a todo o país" e ressalvou que o plano de recuperação da empresa está a ser "cumprido".

TAP anunciou este mês o corte de sete rotas com partida no Porto. Flickr Oliver Holzbauer

Na sua visita ao Porto, enquadrada na assinatura de dois acordos de financiamento na área da habitação, que ocorreu esta terça-feira (12) nos Paços do Concelho, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, respondeu a algumas questões dos jornalistas sobre a operação da TAP no Aeroporto do Porto, que tem merecido críticas de várias entidades e autarcas da região, a começar pelo edil do Porto, Rui Moreira. De forma direta, e numa referência ao processo de nacionalização da companhia, o ministro afirmou que “a companhia aérea está de regresso a todo país”. Sem se pronunciar especificamente sobre a situação atual no Porto, o ministro mostrou-se entusiasmado com o processo de  recuperação em curso na TAP.

Pedro Nuno Santos estava acompanhado naquele momento pelo presidente da Câmara do Porto, que tem criticado, regularmente e de forma pública, a forma como a empresa tem gerido a sua operação no Porto e a falta de intervenção do Governo na matéria. Na visão de Rui Moreira, a companhia não tem “utilidade para o Porto”, afirmação feita em vários momentos. Moreira tem criticado também o facto de somente 10% dos voos do aeroporto Francisco Sá Carneiro serem da responsabilidade da companhia nacional.

À conversa com os jornalista, o ministro foi questionado sobre uma possível nova intervenção do Estado na TAP, devido ao aumento dos preços de combustíveis e num momento em que a companhia admitiu aumento nas tarifas. Pedro Nuno Santos explicou que existe “um plano de restruturação que está a ser cumprido” e que tem sido cumprido “melhor do que estava previsto”. O ministro considera que a companhia está no “caminho certo” e que neste momento “é necessário fazer esforços para que a empresa seja viável”.

Questionado sobre a contratação de novo pessoal anunciada pela TAP, Pedro Nuno Santos disse que não se pronuncia sobre decisões de gestão e que o mais importante é que nesse momento está a ser cumprido o plano de restruturação, o que significa que a companhia voltará a ser estável.

A companhia aérea portuguesa anunciou há uma semana cortes de rotas para o Porto. No total, sete voos não vão mais partir da segunda maior dia do País. Em números, isto representa menos 705 mil lugares com a saída do Norte. Em contrapartida, são esperados aumentos de lugares de viagem para Lisboa e Funchal, 40 mil e 20 mil respetivamente, e o mesmo número de passageiros para Paris.

De acordo com a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a TAP, que o Governo decidiu renacionalizar em 2020, registou 1.600 milhões de euros de prejuízo em 2021 – abaixo, ainda assim, dos 1.750 milhões previstos pelo plano de recuperação acordado com Bruxelas. Isto, apesar do aumento do número de passageiros transportados e das receitas. O encerramento das operações de engenharia e manutenção no Brasil é apontado, pela administração, como o principal motivo para as perdas.

Artigo editado por Filipa Silva