Atrasos na contratação de obras para as lojas exteriores do mercado ditaram o adiamento, decisão "muito ponderada" pela autarquia e pela empresa municipal GO Porto, responsável pelo restauro. Nova data de abertura mereceu o consenso dos comerciantes.

Obras de restauro no interior e exterior do edifício estão concluídas. Foto: Filipa Brito/CMPorto

O “novo” Mercado do Bolhão só abre portas daqui a quatro meses. Apesar das obras iniciadas em 2017 ao interior e exterior do edifício estarem concluídas desde março, a Câmara Municipal do Porto (CMP) anunciou o adiamento da reabertura de junho para a primeira quinzena de setembro devido a atrasos na empreitada e à vontade de transferir o maior número de comerciantes possível em simultâneo para o mercado.

A abertura do renovado mercado estava prevista para o final do primeiro semestre, pela altura das festas de São João. Apesar do restauro e modernização estarem concluídos, assim como a instalação de equipamentos para o normal funcionamento destes espaços, as obras no interior das lojas situadas do lado de fora do edifício, que são da responsabilidade dos comerciantes, estão com atrasos nos processos de contratação.

Devido a atrasos no concurso de atribuição de alguns desses espaços, as chaves apenas foram entregues a vários dos proprietários entre fevereiro e março. Para “respeitar o compromisso assumido com os comerciantes de disponibilizar seis meses para preparação dos seus espaços”, a CMP decidiu “que a opção mais justa seria apontar a abertura para setembro”, de forma a não pôr em causa “os preparativos essenciais ao bom funcionamento dos negócios”, refere a Câmara no portal do município.

Segundo Cátia Meirinhos, vice-presidente do Conselho de Administração da GO Porto – empresa municipal que assumiu a gestão da obra -, a decisão foi “muito ponderada”, uma vez que “não seria responsável” assumir a data anteriormente apontada, de modo a oferecer “as melhores condições para os comerciantes se instalarem”. A empresa, que reuniu com os comerciantes no final da semana passada para comunicar a decisão, refere que a nova data mereceu consenso.

Os comerciantes, que se encontram até agora instalados no Centro Comercial La Vie, desde o início das obras, em 2017, serão movidos em conjunto para o renovado Mercado do Bolhão. Uma vontade dos próprios vendedores, que “querem seguir para o Bolhão no maior número possível”, refere a autarquia.

Retiradas as máquinas e instalados os equipamentos, faltando apenas “pequenas correções” e a introdução de acessórios e sinalética no espaço, decorrem atualmente as vistorias finais e ensaios técnicos. Os comerciantes iniciarão visitas ao espaço “em breve”, em data ainda a definir, para ações de formação e emissão de licenças.

As obras de restauro do Mercado do Bolhão iniciaram em 2017 e sofreram sucessivos atrasos devido à pandemia de Covid-19, além de atrasos imputados à construtora e outros devido a problemas arqueológicos, com escavações e infraestruturas. Durante os últimos anos, os vendedores, que não pararam o negócio no Mercado Temporário instalado no La Vie, foram compensados financeiramente pela CMP devido aos atrasos na reabertura, valores que foram revistos no final do ano passado.