Após o anúncio de que o formato do evento seria alterado devido a “problemas internos”, sabe-se agora que o LGBT+ Music Festival será realizado num local também distinto, mas nos dias já anunciados: 1, 2 e 3 de julho. As mudanças no festival foram anunciadas pela organização através de uma publicação no Instagram, na qual esclareceu algumas dúvidas dos que têm criticado o sucedido.
Na nota, a organização do evento refere que “o festival deixa de existir no formato e local anunciados”, indicando que está a ser organizada “uma nova festa com artistas que faziam parte do line-up”, pela qual estão a “trabalhar arduamente”. Para além disso, respondendo a um comentário crítico, a equipa evidencia que esta situação não era algo que desejavam: “Trabalhamos muito para manter este festival de pé e não imaginam o quanto estamos a tentar todos os dias criar uma solução para esta situação. Nunca quisemos esta situação”.
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Depois de anunciadas as novas informações, várias pessoas comentaram na publicação para demonstrar o seu descontentamento e também para colocar as suas dúvidas relativamente a reembolsos e ao cartaz de artistas.
Em resposta a estas questões, a equipa do LGBT+ Music Festival informa que irá publicar “brevemente” um link para as pessoas que compraram o bilhete pedirem o seu “reembolso total ou parcial” e também que “irá acontecer algo nos mesmos dias” do festival (isto é, 1, 2 e 3 de julho).
Apesar de referir que o “novo formato será anunciado brevemente, com o local, horário e artistas que irão atuar”, a equipa já confirmou, nos comentários, que os principais nomes internaiconais anunciados “infelizmente” já não constam no novo cartaz: Iggy Azalea, Bebe Rexha, Jodie Harsh, Bimini, Todrick, Melanie C, Ludmilla e Gloria Groove.
No meio destes comentários, destaca-se o de uma pessoa que refere que reconhece a existência de “situações que fugiram completamente ao controlo da organização do festival”, ao que a equipa do festival respondeu: “brevemente tudo será revelado. A verdade vem sempre ao de cima”.
O incidente do festival, segundo quem comprou bilhete: “é muito frustrante”
Mateus Souza, brasileiro de 25 anos, foi um dos muitos que compraram bilhete para o certame na Alfândega. Ao JPN, explica que tomou conhecimento do LGBT+ Music Festival através do Instagram, enquanto via o seu feed e “apareceu publicidade a esse festival”. Durante “algumas semanas”, o jovem, que reside em Lisboa, ficou a “monitorar” o perfil do evento “para ver quais artistas iriam ser anunciados, se tinha algum do [seu] agrado”.
Anunciado o cartaz, Mateus adquiriu o passe geral para os três dias de festival – cujo preço rondava os 140 euros. A situação sempre pareceu de confiança ao jovem, que verificou na agenda dos artistas se estariam presentes e, ao ver sites internacionais reconhecidos a mencionar o festival, admite: “acabei por me dar por seguro e comprei o bilhete”.
A opinião altera-se, no entanto, depois da falta de informações que levaram ao comunicado da organização do LGBT+ Music Festival. Para Mateus, que começou a “desconfiar” do festival quando viu publicações a ser apagadas, artistas sem anunciar a sua presença e mensagens sem resposta, esta situação é “muito frustrante”, uma vez que o que a organização comunica é “tudo muito vago” e “não especificam qual o tipo de mudança, quais os artistas que vão estar”.
O jovem destaca como preocupação os gastos para aqueles que viriam de fora do Porto – nos comentários, são inúmeras as queixas de estrangeiros que tinham planeado a vinda a Portugal para este evento -, admitindo que os seus gastos gastos totais, vindo de Lisboa e contando com estadia e entradas no festival, poderiam chegar até aos 900 euros. Neste momento, o jovem refere que vai pedir “reembolso total”, pelo facto de achar que “não compensa” e de não saber muito mais sobre os novos moldes do LGBT+ Music Festival.
Considerando o festival “muito mal organizado”, Mateus realça a “gravidade” de todas as alterações e do incidente em si para os clientes: “avisar isto a 30 dias do festival é uma tremenda falta de respeito com aqueles que pouparam, com aqueles que planearam ir”. Para o brasileiro, o problema é ainda maior por ser o “mês em que é celebrado o pride”, considerando este incidente uma “tremenda falta de respeito para a comunidade” LGBT+ pelo facto de a equipa do festival avisar sobre as alterações “em cima da hora”, de “tentarem enganar as pessoas” e, especialmente, de “arrancar dinheiro”.
A organização do LGBT+ Music Festival criou, na opinião de Mateus Souza, “um evento para celebrar a diversidade, para celebrar as nossas conquistas” para, afinal, “lucrar com aquilo tudo”, diz. Considera que a equipa do evento deveria deixar de lado os interesses económicos e “colocar primeiro a comunidade” e darem “aquilo que prometeram” aos espectadores LGBT+.
Para o brasileiro, a solução passa mesmo pelo reembolso dos bilhetes, o que permite às pessoas “ter o [seu] dinheiro de volta” e “seguir a [sua] vida”. “Algo tem que ser feito para que isto não volte a acontecer futuramente”, conclui.
Artigo editado por Tiago Serra Cunha