Quase 50 mil alunos foram colocados na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. Medicina do ICBAS foi este ano o curso com média de entrada mais elevada. Foi colocado o número mais elevado de sempre de estudantes com deficiência.
Dos 61.507 candidatos à primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, 49.806 foram colocados este ano numa das opções. No total, estavam disponíveis 54.641 lugares ao nível nacional, pelo que 5.284 vagas passam agora para a segunda fase do concurso que arranca esta segunda-feira (12).
Segundo os dados disponibilizados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), este é o segundo valor mais elevado de alunos colocados desde 1989. Melhor só em 2020, ano em que foi pela primeira ultrapassada a barreira dos 50 mil colocados (50.071).
Entre as notas positivas do resultado do concurso, o MCTES destacou também o facto de ter aumentado em 6% o número de estudantes colocados nas instituições de Ensino Superior das regiões de menor pressão demográfica. Contudo, do bolo total de colocados, somente 27% dos alunos entraram nestas instituições, concentrando-se a larga maioria nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto (44% dos colocados).
Numa altura em que se fala da falta de professores, o Governo destaca também o aumento do número de colocados em Educação Básica (+14%), mas olhando à formação de professores de forma global, sobraram mais de 200 vagas para a segunda fase, das 1.365 a concurso. As engenharias, área em que há mais oferta no concurso português – mais de 10 mil vagas – é aquela que, em número, mais vagas canaliza para a segunda fase (duas mil). Já na Saúde muito pouco sobrou (apenas 21 em oito mil), enquanto que Direito, Jornalismo e Ciências Veterinárias viram ocupados todos os lugares.
O ministério liderado por Elvira Fortunato sublinha também que foram colocados nesta primeira fase 381 estudantes através do contingente especial para estudantes com deficiência, o número mais elevado de sempre segundo o Governo.
U.Porto com mais candidatos por vaga
Na Universidade do Porto, e à semelhança dos anos anteriores, foram preenchidas a quase totalidade das vagas abertas (99%). Para a segunda fase ficaram sensivelmente 50 vagas das 4.674 colocadas a concurso.
A instituição, que este ano tem 55 cursos na sua oferta, congratula-se com o facto de ter vários dos cursos com médias de entrada mais elevadas, além de ser a instituição, ao nível nacional, com maior número de candidatos por vaga (1,8). Mais de 8.500 estudantes colocaram um curso da UP na sua primeira opção.
São da Universidade do Porto os cursos de Medicina (ICBAS – 189,0), Arquitetura (185,5), Línguas (183,2), Psicologia (179,0), Direito (176,8) e Economia (174,0) com a média de entrada mais elevada do país.
Os cursos com média de entrada mais elevada
Como também tem acontecido na última década, os cursos de Engenharia e Medicina são os que dominam o topo dos cursos com médias mais elevadas de entrada. A novidade, este ano, é que a Medicina voltou ao primeiro lugar, trocando de posição com a Engenharia Aeroespacial do Técnico. O responsável pela troca foi o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Universidade do Porto, no qual o último colocado entrou com uma nota de 189 valores. O “pódio” das colocações este ano completa-se com duas formações do Instituto Superior Técnico (IST): Engenharia Aeroespacial (188,5) e Engenharia Física Tecnológica (187,8).
Fora da Medicina e da Engenharia, destaque para as médias de entrada atingidas pelos cursos de Matemática Aplicada e Computação (187,0) do IST e para o curso de Arquitetura (185,5) da UP.
Na tabela abaixo, os cursos estão listados por ordem da nota do último colocado. Para encontrar um curso específico, basta usar a caixa de pesquisa, no topo da tabela.