O FC Porto recebeu, no Estádio do Dragão, o (ainda) invicto SL Benfica. Os dragões procuravam ascender ao primeiro lugar, mas não foram capazes de manchar a imaculada campanha das águias. Um golo solitário de Rafa ditou o resultado.

Rafa foi o autor do golo que deu os três pontos ao Benfica. Foto: Liga Portugal/Facebook

O jogo de abertura da jornada 10 da Primeira Liga, pôs, esta sexta-feira, à prova FC Porto e SL Benfica. Com uma série de cinco vitórias consecutivas, os comandados de Sérgio Conceição foram a jogo com o objetivo claro de vencer “O Clássico”. A vitória significaria a ascensão do FC Porto ao primeiro lugar e imporia a primeira derrota encarnada da época.

Do outro lado, estava um Benfica motivado, mas que vinha de uma eliminatória tremida diante do Caldas SC, para a Taça de Portugal.

No primeiro grande teste interno de Roger Schmidt, e perante um Estádio do Dragão lotado, o Benfica não tremeu e venceu os azuis brancos, que jogaram mais de 60 minutos com menos uma unidade. O golo de Rafa, aos 71 minutos, ditou o resultado final.

Com esta vitória, as águias isolam-se na liderança, com seis pontos de avanço sobre o FC Porto. 

FC Porto reduzido a dez ao minuto 27

FC Porto e Benfica sempre habituaram os amantes do futebol a clássicos quentes e aguerridos. Este não foi exceção à regra, e numa noite fria e chuvosa na cidade Invicta, primeiro e segundo classificados entraram com tudo para o jogo inaugural da décima jornada. 

A formação encarnada até foi a primeira a ameaçar, ainda que sem grande perigo, mas os azuis e brancos não se acanharam e, logo aos 9 minutos, Matheus Uribe cabeceou ao lado da baliza do Benfica. 

Pouco tempo depois do primeiro aviso portista, Taremi voltou a parar o coração dos benfiquistas. Zaidu foi mais veloz do que Bah e cruzou para a cabeça do avançado iraniano que obrigou Vlachodimos a uma brilhante defesa.

O Benfica parecia desconcertado e ainda desafinado, sobretudo no seu meio-campo. Os encarnados apostavam na construção de jogo a partir dos seus centrais, muitas vezes sem critério, o que proporcionou o crescimento e a pressão do FC Porto. 

Com o ascendente portista, os comandados de Roger Schmidt adotaram um estilo de jogo mais combativo no meio-campo. Isso acabou por dar aso a uma partida mais escaldada: aos 24 minutos já três homens tinham sido amarelados. 

À passagem do minuto 27, Eustáquio acabou mesmo por ver o segundo amarelo e acabou expulso. Além de desmembrada, a equipa do Porto ficava sem preenchimento na sua zona intermediária. 

A inferioridade dos dragões foi a injeção anímica que o Benfica precisava e, aos 36 minutos, a melhor oportunidade surgiu. Aursnes conduziu pela ala esquerda, invadiu a área e rematou com estrondo ao poste da baliza de Diogo Costa. Na recarga, Rafa cabeceou à barra.

Tremia a baliza do Porto e soavam os alarmes no Dragão, que até ao final do primeiro tempo, embora sem casos, viu mais três homens receberem a cartolina amarela: Enzo, Aursnes e Claúdio Ramos (no banco dos dragões).

Duelo incansável até ao fim

Na segunda parte, Roger Schmidt lançou a jogo Neres, Gilberto e Draxler, em detrimento dos amarelados João Mário, Enzo e Bah. Sérgio Conceição manteve tudo igual e a frescura do Benfica fez-se sentir bastante logo nos primeiros minutos.

Com Rafa e Neres nas alas a oferecer velocidade e verticalidade ao ataque, os encarnados foram mais incisivos ofensivamente.

O lance de maior perigo surgiu mesmo em cima do minuto 60, com Rafa Silva a receber um cruzamento para o miolo da área e a rematar para desvio da defesa portista.

Mesmo reduzido a dez unidades, o Porto mostrou-se sempre disponível para disputar o jogo olhos nos olhos com o Benfica. Sérgio Conceição fez entrar Verón e o ascendente dos azuis e brancos parecia surgir.

Mas aos 71 minutos, um balde de água fria gelou o Dragão. Rafa disparou em contra-ataque e levou o Benfica a um confronto de quatro para três. O extremo português combinou com Neres e o brasileiro serviu novamente Rafa Silva, que rematou para o canto inferior da baliza de Diogo Costa. 

O golo ainda foi anulado por pretenso fora do jogo, mas depois da indicação do VAR, João Pinheiro reverteu a decisão e validou o golo. Estava feito o 0-1 no Dragão, que contrariou a reação dos dragões.

Numa fase em que o Benfica conseguia estar por cima do jogo, uma nova oportunidade surgiu. Novamente Rafa a surgir do lado esquerdo do ataque e a servir Petar Musa – que substituiu Julian Draxler depois de uns vulgares minutos do alemão -, com um cruzamento rasteiro. Contudo, o avançado croata fez um remate desastroso que saiu por cima da baliza de Diogo Costa.

Nos últimos 15 minutos (cinco de compensação) só houve mais uma grande e clara chance para os encarnados. David Neres penetrou na área portista, mas um corte da defensiva dos azuis e brancos, obrigou Diogo Costa a uma soberba intervenção.

Até ao soar do apito, uma resistência interminável do Benfica e uma procura incessante do Porto, caracterizaram os instantes finais. Já depois do final da partida, uma nota para a expulsão do técnico do FC Porto, por protestos junto do árbitro da partida.

Conceição claro e objetivo

No final do encontro, Sérgio Conceição mostrou-se orgulhoso pelo esforço e empenho dos seus jogadores, ainda que descontente com a derrota. O técnico referiu ainda que “entre as três equipas em campo”, a sua foi “a mais competente”.

O treinador portista deixou claro que ainda falta muito por jogar e que o objetivo é renovar o título de campeão: “Eu já perdi um campeonato com sete pontos de vantagem, já ganhei um com sete de desvantagem e, por isso, estamos aqui para lutar até ao fim. Nós vamos lutar para ganhar, porque somos os melhores”, referiu.

Schmidt: “O mais importante era a vitória”

Já Roger Schmidt fez questão de mencionar que a sua equipa não fez “um jogo muito bonito”, mas considerou que a formação esteve bem globalmente. “Com as faltas, queixas, perdemos o momentum para praticar o melhor futebol depois da expulsão. Depois melhorámos na segunda parte, conseguimos as nossas oportunidades. Estou contente”, concluiu o técnico, até porque “o mais importante era a vitória.”

Schmidt mencionou ainda as várias oportunidades do FC Porto e mostrou-se orgulhoso pelo empenho dos seus atletas, em travar as investidas azuis e brancas.

O técnico do Benfica concluiu que ficar a seis pontos do FC Porto “não é decisivo, mas sem dúvida que é uma afirmação clara, quando se é primeiro, e se ganha ao segundo classificado.” 

FC Porto e SL Benfica preparam agora mais uma jornada europeia. Os dragões deslocam-se à Bélgica, na quarta-feira (26), para defrontar o Club Brugge. Já o Benfica recebe, na terça-feira (25), os italianos da Juventus, num jogo que pode colocar os encarnados nos oitavos de final da Liga dos Campeões, em caso de empate ou vitória.

O campeonato só regressa no dia 29 de outubro para ambas as equipas. O FC Porto joga fora de portas diante do Santa Clara, enquanto o Benfica defrontará o Chaves, no Estádio da Luz. 

Artigo editado por Filipa Silva