O voto de pesar pela morte de Adriano Moreira foi aprovado na reunião pública de executivo da Câmara Municipal do Porto desta segunda-feira (24). As vereadoras da CDU e do Bloco de Esquerda abstiveram-se na votação.

O voto de pesar foi apresentado pelo movimento Rui Moreira: Aqui há Porto e a vereadora independente Catarina Santos Cunha Foto: Gabriella Garrido

Adriano Moreira foi homenageado, esta segunda-feira, na reunião pública do executivo municipal do Porto com um minuto de silêncio. O voto de pesar foi apresentado pelo movimento Rui Moreira: Aqui há Porto e a vereadora independente Catarina Santos Cunha.

O voto de pesar foi aprovado com a abstenção dos partidos mais à esquerda, CDU e Bloco de Esquerda (BE). Ilda Figueiredo, vereadora da CDU referiu ter conhecido Adriano Moreira na Assembleia da República e sublinhou a importância de deixar as condolências à família e amigos do ex-Presidente do CDS. No entanto, referindo o período durante o qual Adriano Moreira foi ministro de Salazar, durante o Estado Novo, a vereadora comunista afirmou: “Ele também teve um outro percurso, que naturalmente não deve ser esquecido.”

Maria Manuel Rola, vereadora do BE também confirmou que o partido não votaria a favor do voto de pesar, “tendo em conta a quantidade de pessoas que foram presas durante a ditadura”.

Em resposta às vereadoras de esquerda, o presidente da Câmara, Rui Moreira, sublinhou o facto de, desde 2013, se terem aprovado em reuniões do executivo todos os votos de pesar apresentados, mesmo que alguns defendessem “modelos ditatoriais que não vingaram”. O autarca terminou afirmando que daquele momento em diante se sentiria livre para “votar não favoravelmente todos os votos de pesar que sejam apresentados por estes partidos [CDU E BE]” que considera “partidos não democráticos”.

Adriano Moreira morreu este domingo (23) aos cem anos. Na longa carreira política que protagonizou, foi Ministro do Ultramar de Salazar entre 1961 a 1963, durante o Estado Novo. Na primeira metade dos anos 80, foi deputado do CDS na Assembleia da República e de 1986 a 1988, foi Presidente do partido. Em 2015, foi eleito Conselheiro de Estado pelo parlamento, cargo que desempenhou até 2019. A 5 de junho foi condecorado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem de Camões.

O velório de Adriano Moreira está marcado para esta segunda-feira (24), no Mosteiro dos Jerónimos às 20h. O funeral tem lugar esta terça-feira, mas é reservado à família.

Artigo editado por Filipa Silva