Na receção ao Vizela, o Boavista foi rápido a abrir o marcador, mas acabou por não ir além do empate por 2-2. Watai e Yusupha (penálti) foram os marcadores dos axadrezados. Pelo Vizela, foram Matheus Pereira e Zohi a marcar.

O Vizela levou um ponto do Bessa e subiu ao 12.º lugar da Liga. Foto: Vizela Futebol Clube/Facebook

Na tarde de domingo, o Boavista recebeu o Vizela no Estádio do Bessa, num jogo renhido a contar para a 11.ª jornada da Primeira Liga. A pantera tentou impor superioridade desde o início, acabando por marcar o primeiro golo aos 4 minutos do jogo. Mas o coletivo de Álvaro Pacheco não se deixou ficar e conseguiu, durante a primeira parte, a vantagem, por 2-1.

O resultado final acabou por ser um empate a duas bolas, depois de um penálti marcado por Yusupha aos 78′. O jogador gambiano do Boavista ainda marcou uma segunda grande penalidade ao minuto 83, mas a bola foi defendida por Fabijan Buntic, guardião do Vizela.

Com o empate, o Boavista mantém o sétimo lugar e perde a oportunidade de ultrapassar o Sporting CP, derrotado pelo Arouca, este sábado (29). O Vizela sobe à 12.ª posição.

Golos madrugadores

Mal soou o apito, o estádio sentiu a intenção do Boavista em superiorizar-se frente a um Vizela que mostrou garra desde o início. Não surpreendeu, portanto, quando, aos 4 minutos, Masaki Watai disparou de fora da área para o fundo da baliza vizelense. Na estreia a titular, o japonês de 23 anos pôs os axadrezados na frente.

A vantagem, porém, não foi duradoura. Uns meros dois minutos mais tarde, os homens de Álvaro Pacheco responderam com um golo do também estreante Matheus Pereira.

O VAR foi chamado a verificar se houve fora de jogo no lance que levou ao empate, mas acabou por validar o golo do Vizela. Confirmada a decisão, o estádio vibrou com assobios de protesto dos boavisteiros e gritos eufóricos dos adeptos visitantes.

Embora a posse de bola se tenha divido de forma equilibrada entre os dois coletivos, a equipa do Vizela conseguiu ser mais eficaz e tirar partido das oportunidades criadas, alcançando a vantagem aos 28 minutos.

Na sequência de uma grande defesa de Bracali a um remate de Samu, a bola sobrou para Kévin Zohi que apareceu dentro da área axadrezada e finalizou. O lance, tal como no primeiro golo, foi ao VAR, que validou o resultado de 1-2.

Até ao intervalo, o jogo manteve-se equilibrado com várias tentativas falhadas de ambas as equipas para alterarem o resultado.

Aos 35 minutos de jogo, chegaram más notícias a Petit: Martim Tavares, um dos grandes avançados do Boavista, é forçado a abandonar a partida, de maca, depois de uma entorse violenta. Yusupha Njie, que viria a ser uma peça fundamental para as panteras, entrou para o lugar do ponta de lança.

No final da primeira parte, ainda houve tempo para uma oportunidade flagrante dos axadrezados, através de Salvador Agra, aos 45 minutos, que atirou ao lado.

Reação tardia das panteras

O Vizela entrou melhor em jogo na segunda parte, apesar de se manter um relativo equilíbrio entre as duas equipas.

Observou-se uma mudança de tática por parte do Boavista, que optou por utilizar o sistema 4-2-3-1. As panteras, à procura do golo da igualdade, intensificaram a pressão nos últimos 20 minutos e encostaram o Vizela à área.

Aos 78 minutos, Yusupha foi derrubado na área por Bruno Wilson, e conseguiu uma grande penalidade para os axadrezados. Depois de um desentendimento entre Raphael Guzzo e Bruno Lourenço na área (que resultou em cartões amarelos para ambos), o jogador gambiano converteu o penálti em golo e igualou o marcador.

Chegar ao empate não fez com que o Boavista baixasse a pressão. Dois minutos depois de marcar, Yusupha voltou a sofrer falta dentro da área, desta vez por Anderson. O gambiano voltou a ser chamado para bater da marca dos onze metros, mas, desta vez, Buntic conseguiu parar o remate do avançado.

Aos 83 minutos, Raphael Guzzo viu o segundo amarelo, após falta sobre Vukotic, para revolta dos adeptos vizelenses.

O jogo permaneceu renhido até ao soar do terceiro apito, com várias ocasiões de perigo criadas pelas duas equipas, contudo, o tempo não chegou para mais e o empate prevaleceu.

Petit: “Estremecemos com o empate”

Petit sublinhou a superioridade do Boavista no início do jogo, mas confessou que desejava uma equipa mais agressiva, que tivesse mantido o mesmo ritmo na primeira e na segunda parte. Foi por isso que decidiu mudar o sistema tático para 4-2-3-1 para estancar as transições dos avançados do Vizela.

O golo sofrido dois minutos depois de inaugurarem o marcador acabou por afetar a equipa, na visão do técnico axadrezado: “Sofremos o empate e estremecemos um bocado, fruto de não ganharmos nos jogos anteriores”, afirmou Petit aos jornalistas. 

O treinador deixou ainda um recado aos seus jogadores: “Temos de ter outra mentalidade nos jogos em casa”, concluiu.

A equipa técnica avançou que ainda não tinha informações sobre o estado de saúde de Martim Tavares.

Álvaro Pacheco: “Dominamos o jogo defensivamente e ofensivamente”

Em conferência de imprensa, Álvaro Pacheco referiu que o Vizela dominou “ofensivamente e defensivamente o jogo” e que esteve mais perto de marcar o terceiro golo. Justificou o resultado final com um período de desconcentração por parte do Vizela que permitiu ao Boavista igualar o marcador através de uma grande penalidade.

Para o treinador, a equipa fez um grande jogo, embora tenha faltado audácia e “matreirice” aos seus jogadores. Refere ainda que, apesar de aceitar a decisão do árbitro, se sentiu injustiçado em relação à marcação do segundo penálti: “Aceito que o árbitro assinale, mas quem está no VAR tem de avaliar corretamente”.

A partida da 11.ª jornada ficou ainda marcada pela homenagem a Tengarrinha, ex-jogador axadrezado que faleceu há um ano, vítima de um linfoma de Hodgkin. Ao oitavo minuto do encontro, o Bessa levantou-se e aplaudiu para lembrar o antigo atleta do clube.

 

No próximo domingo, 6 de novembro, o Boavista tem jogo marcado contra o Rio Ave pelas 15:30h. Já o Vizela enfrenta o Arouca no sábado (5) à mesma hora.

Artigo editado por Fernando Costa