Já começou a 9ª edição do Porto/Post/Doc. O documentário "Hallelujah: Leonard Cohen, a Journey, a Song" encheu a sala e, apesar de uma interrupção imprevista, trouxe o cinema de volta ao maior ecrã da cidade.

9ª edição do Porto/Post/Doc começou a 16 de novembro e termina a 26 de novembro Foto: João Jesus

Apesar do mau tempo, a entrada do Coliseu do Porto estava cheia, esta quarta-feira (16), ainda antes das portas abrirem para a noite inaugural do Porto/Post/Doc. De tal modo que a plateia encheu e foi preciso abrir a tribuna para acomodar a audiência restante, algo que surpreendeu a organização.

Na abertura, Dario Oliveira, diretor do festival, reforçou a ideia de que este é um festivalfeito a pensar na cidade” e que o principal objetivo é “tirar os olhos dos telemóveis” para apreciar o cinema que se faz um pouco por todo o mundo.  A escolha do Coliseu para dar início ao festival não foi feita ao acaso, uma vez que pretendiam começar “onde o festival terminou na edição passada” e uma figura como Leonard Cohen merecia o maior ecrã da cidade.

O filme escolhido para dar início ao festival foi “Hallelujah: Leonard Cohen, a Journey, a Song“, documentário de 2021 ainda sem data definida para chegar a Portugal. O filme, com a duração aproximada de duas horas, foi nomeado para “Melhor Documentário de Música” no Critics’ Choice Documentary Awards de 2022 e faz uma viagem por toda a carreira do artista, tendo como aspeto central a construção da sua magnum opus, a música “Hallelujah”, e o impacto que a canção, com inúmeras covers, provocou em todo o mundo.

É uma viagem no tempo, um mergulho na vida artística de uma das vozes mais reconhecidas mundialmente. Desenganou-se quem esperava um filme mais biográfico, uma vez que se foca particularmente na construção da carreira do músico. O grande objetivo da longa-metragem é explicar como “Hallelujah” foi pensado e recebido, até se tornar num êxito transgeracional que ainda continua a fascinar músicos e ouvintes

A exibição do filme contou com imprevistos. No início da transmissão, conseguia-se notar um ruído incomodativo na sala, que mais tarde se veio a saber que pertencia ao projetor. O filme teve de ser interrompido, o que levou Dario Oliveira a regressar ao palco e a pedir desculpas ao público.

Pouco esperançoso, o diretor do festival explicou que o projetor estava sobreaquecido e que, provavelmente, a exibição não seria retomada. Caso tal se verificasse, a organização prontificou-se a devolver o dinheiro do bilhete e reagendar a exibição. Contudo, o público decidiu aguardar e a situação foi resolvida, tornando-se possível ver o documentário na sua totalidade no grande ecrã do Coliseu.

O filme recebeu uma longa ovação e o público ficou mais do que satisfeito. “Só foi pena não poder repetir o filme”, admite Liliana Santos, visitante habitual do Porto/Post/Doc e admiradora da carreira do artista . “É muito bom estar de volta ao Coliseu, é uma sala muito grande. Acho que fez jus à pessoa que foi o Leonard. Foi só pena não estar cheio até cima.”, adicionou. Para além da abertura do evento, Liliana revelou interesse em mais atividades do programa, prometendo visitar alguns dos filmes em exibição no Cinema Trindade e no Passos Manuel.

Noa Jimenez, uma das júris convidadas pelo Porto/Post/Doc para o Prémio Teenage, disse ao JPN que “aprendeu muito sobre o Leonard Cohen” e que foi um bom início para o festival. Apesar de estar a visitar o evento pela primeira vez, referiu que a cerimónia de abertura excedeu as expectativas. A jovem considerou, ainda, que o Coliseu foi o espaço ideal para avolumar a dimensão e a importância do cantor canadense.

“Hallelujah: Leonard Cohen, a Journey, a Song” volta a ser exibido no dia 25 de novembro, no Passos Manuel, às 22h.

O evento continua até 26 de novembro, com mais de uma centena de filmes em exibição e espalhados pela cidade. O foco da programação deste ano é o programa da “Neuro diversidade“, com um plano de 5 filmes e 4 séries de conversa. O programa pode ser consultado na totalidade, no site oficial do Porto/Post/Doc.

Artigo editado por Fernando Costa