O destaque da edição deste ano vai para peças que incidiram sobre os direitos do trabalho, ambiente e relação com países lusófonos. Meios independentes arrecadam (ex-aqueo) dois primeiros prémios. Júri cria uma nova categoria dedicada ao jornalismo local e regional.
Dedicado ao tema dos direitos humanos e da inclusão social, o galardão é promovido em conjunto pela representação nacional da Unesco e pelo Governo Português. Esta segunda-feira, em Lisboa, foram anunciados os melhores trabalhos publicados em 2021, na imprensa, rádio e audiovisual.
Na categoria de imprensa, Natália Faria e Adriano Miranda venceram o primeiro prémio com o trabalho “A vida inteira com o salário mínimo. ‘Uma constante dor de cabeça’”.
Os restantes nomeados receberam menções honrosas: “Para os jovens trans, ir à escola é ‘uma batalha’: ‘Tinha medo de que me agredissem'”, de Andreia Sofia Joaquim Friaças, publicada no “Público”; “Como está a União Europeia a acolher quem precisa?”, de Cátia Mendonça, Rui Pedro Paiva e José Carlos Alves, publicada no “Público”. “A caminho de sítio nenhum”, de Margarida Vaqueiro Lopes e José Carlos Carvalho, publicada na “Visão”; “Nós somos oito mil histórias”, de Marta Gonçalves, Tiago Miranda, Rúben Tiago Pereira, Tiago Pereira Santos e Maria Romero, publicada no “Expresso”.
Relativamente à categoria de rádio, a peça “Exército de precários”, de Nuno Viegas, Pedro Miguel Santos, Ricardo Esteves Ribeiro e Bernardo Afonso, difundida pelo Fumaça, e “Bissau – Geração Futuro”, da autoria de Paula Fernandes e Borges Silva Paulo, difundida na RDP África, foram os vencedores ex-aqueo do primeiro prémio.
“Apontados a dedo”, de Filipe Santa-Bárbara e Margarida Adão, difundida na TSF; e “Cabo Delgado, a bússola estilhaçada”, de Nuno Amaral, difundida na Antena 1, receberam menções honrosas.
Ainda nesta categoria, “Uma casa com vista para o céu. Como (sobre)vivem os sem-abrigo de Braga ao frio”, de Liliana Oliveira, peça que foi difundida na Rádio Universitária do Minho e que estava também nomeada, venceu na categoria de Prémio do Jornalismo Local e Regional, criada especificamente pelo Júri.
No audiovisual, venceram o primeiro prémio (ex-aqueo) “As guardiãs do Sado”, de Sandra Salvado, Rui Rodrigues e Sara Cravina, emitida na RTP; e “Por ti, Portugal, eu juro!”, de Diogo Cardoso, Sofia da Palma Rodrigues e Luciana Maruta, publicada pela Divergente.
Os outros trabalhos que estavam nomeados nesta categoria obtiveram menções honrosas: “Líbano”, de Susana André, Odacir Júnior, Ricardo Tenreiro, Cláudia Ganhão, Diana Matias, Octaviano Rodrigues, Rui Branquinho e Amélia Moura Ramos, emitida na SIC e SIC Notícias; “À Margem”, de Dulce Salzedas, João Lúcio, Tiago Martins, Isabel Cruz, Diana Matias, Luís Botas, José Eduardo Zuzarte, Paulo Cepa, Octaviano Rodrigues, Rui Branquinho e Amélia Moura Ramos, emitida na SIC e SIC Notícias; “Bebé afegã salva em Portugal”, de Catarina Cadavez, Rodrigo Lobo e Joana Melo, emitida na RTP; e “O bairro”, de Maria José Garrido, transmitida na TVI.
A cerimónia de anúncio e entrega dos galardões realizou-se em Lisboa, no Palácio Foz, nesta segunda-feira (12). Contou com a presença de André Moz Caldas, secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Rita Brasil Brito, secretária executiva da Comissão Nacional da UNESCO, em Portugal, em representação do comissário geral, José Filipe Moraes Cabral; Guilherme d’Oliveira Martins, que presidiu ao júri; e David Xavier, secretário-geral da Presidência do Conselho de Ministros.
Numa intervenção prévia à entrega dos prémios, Guilherme d’Oliveira Martins sublinhou que a “comunicação social não pode baixar os braços na salvaguarda dos Direitos Humanos”.
Para além de Oliveira Martins, o júri desta 17.ª edição do Prémio “Direitos Humanos e Integração” foi constituído por Catarina Duff Burnay e Francisco Sena Santos. O valor monetário global dos prémios atribuídos ascende a 10 mil euros.
Artigo editado por Filipa Silva