O 100º aniversário do nascimento de Eugénio de Andrade, que se celebra esta quinta-feira (19), é marcado pelo arranque de uma série de eventos de homenagem ao poeta. Entre janeiro e abril, o Museu da Cidade e as Bibliotecas Municipais vão oferecer uma programação alargada.

Da programação destaca-se a exposição “Eugénio de Andrade, A Arte dos Versos”, a decorrer na Biblioteca Municipal Almeida Garrett, que inaugura no dia 19 de janeiro às 17 horas. Reunindo o espólio editorial, audiovisual e fotográfico cedido ao município em 2020, a exibição terá entrada gratuita. É possível visitá-la de segunda a sábado (entre as 10 horas e as 18 horas, exceptuando às segundas, que só abre às 14 horas), até 29 de abril.

A exposição reúne cerca de 200 originais, provenientes de coleções do Museu da Cidade e da Biblioteca Pública Municipal do Porto. Através de fotografias, postais, poemas manuscritos e datilografados, livros e objetos pessoais do poeta, retrata diferentes fases da sua vida.

Conta com a curadoria de Jorge Sobrado, diretor do Museu e Bibliotecas do Porto, e Rita Roque e foi preparada sob o aconselhamento científico de Arnaldo Saraiva, amigo de Eugénio de Andrade e investigador da sua obra.

Com a exposição, o Museu da Cidade do Porto assinala também o início de um programa que se dedica a celebrar o poeta. O ciclo “Leitores de Eugénio” convida artistas, políticos, jornalistas, investigadores a lerem os poemas da sua predileção. As sessões vão decorrer quinzenalmente, às quintas-feiras, a partir de um ponto de leitura disponível na exposição.

A primeira sessão das leituras do ciclo sucede na tarde inaugural exposição, às 17h30, com a interpretação de Pedro Abrunhosa.

Uma homenagem que se estende até abril

No dia 20 de janeiro, a exposição da Biblioteca Municipal Almeida Garrett recebe a visita de Arnaldo Saraiva, professor emérito da Universidade do Porto, e dos curadores. Mais tarde, vai participar na conversa “A Arte dos Versos — a tarefa do poeta”, no auditório da biblioteca, juntamente com Rui Lage e sob a moderação de Marta Bernardes.

Ainda neste dia, também no auditório, será projetado o documentário da RTP “Eugénio de Andrade, Coração Habitado”.  Neste estão incluídos depoimentos e contributos de poetas e ensaístas, acompanhando memórias e locais marcantes da vida do poeta.

Nos dias 6, 13, 20 e 27 de fevereiro, entre as 18 horas e as 20 horas, vai decorrer no Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett o “Curso Breve #13 A Poesia de Eugénio de Andrade”, por Maria João Reynaud.

Além disso, entre fevereiro e abril, será fornecido serviço educativo a partir da poética Eugénio de Andrade do Museu da Cidade do Porto e Bibliotecas Municipais do Porto.

Eugénio de Andrade um pouco por toda a cidade

A instituição cultural do Porto Cooperativa Árvore também celebra o centenário de Eugénio de Andrade – desde o dia 7 de janeiro, está em exibição a exposição “Poesia a 100 Eugénio”. Adicionalmente, nos dias 19 e 28 deste mês vão acontecer Tertúlias dedicadas ao poeta com entrada livre.

A exposição, disponível até 28 de janeiro, está disposta na própria cooperativa, situada na Rua Azevedo de Albuquerque,  entre segunda e sábado. Com entrada gratuita, apresenta obras de pintura e escultura diversas sobre o tema do imaginário poético de Eugénio de Andrade. Os artistas convidados são: Acácio Carvalho, Alexandre Rola, Artur Moreira, Benvindo de Carvalho, Carlim, Emerenciano, Evelina Oliveira, Graça Martins, José Emidio, José Rodrigues, Julia Pintão, Laureano Ribatua, Luisa Gonçalves, Mário Bismarck, Paulo Neves, Sónia Teles e Silva, Susana Bravo, Teresa Gil e Zulmiro de Carvalho.

A primeira tertúlia realiza-se no centenário do aniversário do poeta, sobre o mesmo tema, às 18h30, e conta com a presença de Arnaldo Saraiva, do artista plástico português Emerenciano e a poeta Inês Lourenço.

A segunda, de encerramento, a decorrer no dia 28 de Janeiro pelas 15 horas, vai receber as artista plásticas Ágata Rodrigues, filha do artista e humanista José Rodrigues, Graça Martins e Maria Bochicchio, investigadora de poesia portuguesa contemporânea.

Eugénio de Andrade nasceu no Fundão a 19 de janeiro de 1923, no Fundão, mas foi no Porto que passou mais de metade da sua vida. Foi também a Invicta que inspirou muitas das suas obras e onde acabou por falecer, em 2005, com 82 anos. Deixou um legado de mais de cinquenta anos de obra poética e criativa, tendo acumulado inúmeras distinções, incluindo o Prémio Camões, e publicado traduções para diversas línguas.

Artigo editado por Paulo Frias