Uma análise realizada pela Surfshark coloca Portugal no 42.º lugar do Índice de Valor da Internet (IVi), a nível global. “Os portugueses pagam mais pela sua internet” em comparação com outros países.
O estudo utiliza um índice designado “Valor da Internet global” (IVi), que permite determinar em que países se pagam valores ajustados em função da qualidade do serviço prestado e dos rendimentos dos cidadãos . A avaliação realizada pela Surfshark, uma empresa de cibersegurança, não é favorável a Portugal, que se encontra no 29.º lugar na Europa e 42.º a nível global. Países comparáveis, como Itália e Espanha, estão melhor posicionados (10.º e 16.º lugar no ranking europeu, respetivamente). “Os portugueses pagam mais pela sua internet”, conclui o relatório.
O IVi é calculado dividindo a velocidade da internet média de cada país pela acessibilidade de preços, tanto na banda larga fixa, como nos dados móveis. Para o cálculo final contribuem critérios como as horas de trabalho necessárias para pagar a internet ou a velocidade de download média da banda larga fixa e móvel. O estudo abrangeu um total de 117 países e territórios, a que corresponde 92% da população mundial.
Globalmente, apenas 4 em cada 10 pessoas têm acesso à internet a preços justos. As restantes pagam mais do que deviam pela ligação à rede. Esses valores melhoram no caso específico da Europa, 2.ª melhor região do mundo no que respeita à relação qualidade/acessibilidade de preços, apenas superada pela Oceânia. 8 em cada 10 europeus pagam um valor adequado pela ligação, diz o estudo. Os países melhor posicionados neste índice são Israel, Singapura e a Dinamarca, enquanto os países com a pior performance são o Iémen, Zimbabué e Uganda.
A Surfshark sublinha que o acesso à internet é cada vez mais entendido como um direito básico dos cidadãos. Numa resolução de 2016, as Nações Unidas apelaram aos governos para que apliquem à esfera digital “uma abordagem abrangente baseada nos direitos humanos“. Os resultados do relatório apresentado pela empresa dão a entender, porém, que “ainda há trabalho a fazer para romper a divisão global da Internet“.