Está prevista para finais de fevereiro ou início de março a conclusão do estudo para uma ligação de metrobus entre o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia, e os terrenos da Petrogal, em Matosinhos. O serviço de transportes públicos com veículos alimentados a hidrogénio ou elétricos, cujo planeamento já começou em 2017, quer ser uma alternativa rápida e ecologicamente sustentável.

Em informações prestadas ao Jornal de Notícias (JN), o vice-presidente da Câmara de Matosinhos (CM Matosinhos), Carlos Mouta, adiantou que a linha em questão se estende ao longo dos 3,2 quilómetros.

Também ao JN, o autarca adianta que os veículos podem custar entre 500 mil e um milhão de euros e que o investimento necessário para as infraestruturas rodoviárias é de cerca de 20 milhões de euros, com recurso às verbas do Fundo para uma Transição Justa. O vice-presidente da CM Matosinhos acrescenta ainda que o empreendimento incluirá não só uma faixa atribuída aos autocarros metrobus, como também uma faixa de rodagem para carros e ainda a eventual aposta numa ciclovia.

Quanto à apresentação pública do projeto, apenas refere que sucederá “quando estiver concluído”. 

A primeira linha já está em construção, mas só estará pronta em 2024

No início do mês de fevereiro, arrancaram as primeiras obras do novo metrobus, que vai da Rotunda da Boavista à Praça do Império. A segunda linha parte também da Boavista e segue até à Rotunda da Anémona (Matosinhos). De acordo com o planeamento da intervenção, ambas entrarão em funcionamento em 2024. 

Em conversa com o JPN, o assessor de comunicação da Metro do Porto, Duarte Pernes, esclarece que a circulação, “ao longo da costa vai ser quase sempre pela faixa da esquerda, em convivência com os outros modos de transporte“. No entanto, “na Avenida da Boavista, aí sim, [os metrobus] vão ter um canal dedicado e exclusivo“, acrescenta.

A linha que liga a Boavista à Foz (pelas avenidas da Boavista e do Marechal) traça um total de oito quilómetros (quatro em cada sentido). Com ela, de acordo com o comunicado da Metro do Porto, está prevista a criação de sete novas paragens de superfície: Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império.

Mas há mais: na secção que vai até Matosinhos, que delineia 12 quilómetros, somam-se estações em Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Praça de Gonçalves Zarco (Castelo do Queijo) e na Praça Cidade do Salvador (Anémona).

Todas as paragens vão dispor de “cobertura, máquinas de venda de títulos, validadores, câmaras de videovigilância e sistema de informação ao público – nomeadamente painéis eletrónicos e informação sonora”, lê-se no comunicado. No que concerne à sua localização, estarão dispostas sempre ao centro da via.

Segundo a empresa de transportes, as viaturas não emitem gases poluentes. Por isso, reduzem a pegada ecológica e representam um avanço positivo para a neutralidade carbónica, que integra as metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), a que a cidade do Porto se associou com o Pacto para o Clima, no início do ano passado.

Além da vertente ambientalista, a “nova mobilidade urbana verde” vai contar com “prioridade sobre todos os outros modos de transporte (através de um sistema de semaforização inteligente), um canal exclusivo (ou dedicado) e integrado no sistema de bilhética Andante”, refere o comunicado.

O projeto resulta de um estudo atribuído à Trenmo (Transport, engineering, Modelling), uma empresa de planeamento de transportes e consultoria territorial, com o intuito de analisar a viabilidade da criação de um sistema mobilidade urbana rápida (conhecido como Bus Rapid Transit, ou BTR), na cidade de Matosinhos.

Ao todo, as duas linhas de mobilidade sustentável resultaram num investimento de 66 milhões de euros, financiado, a fundo perdido, pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), de acordo com o site da Câmara Municipal do Porto. 

Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira