A UMAR -União de Mulheres Alternativa e Resposta, divulgou esta terça-feira, no dia de São Valentim, as conclusões retiradas do Estudo Nacional de Violência no Namoro. A análise abrangeu 5916 jovens de todo o país, com idades compreendidas entre os 11 e os 25 anos.
Mais de metade dos inquiridos (65,2%) afirmou já ter sido alvo de violência nos relacionamentos. “Os indicadores de vitimação, de um modo geral, apresentam números preocupantes entre jovens”, pode ler-se no documento.
O destaque vai para a violência psicológica, tendo 45,1% dos jovens confirmado já a ter experienciado numa relação de intimidade. De entre os parâmetros analisados, as vítimas sofrem também de tipos de abuso como controlo (44,6%), perseguição (23,3%), violência através das redes sociais/internet (21,2%), violência sexual (14,9%) e violência física (12,2%).
Dos jovens que integraram a sondagem, 53,1% não considera que controlar o parceiro é um ato de violência. Mais ainda, 30,7% da amostra, que inclui adolescentes do 7.º ao 12.º ano de escolaridade, não vê a ação de “insultar durante uma discussão/zanga” como um comportamento violento.
De acordo com o jornal Público, as queixas de violência no namoro aumentaram 10% em 5 anos. Entre 2018 e 2022, a PSP recebeu 10480 relatos de vítimas – sendo a maioria mulheres.
O estudo da UMAR, realizado desde 2017 no âmbito do programa ART’THEMIS+, Jovens Protagonistas na Prevenção da Violência e na Igualdade de Género, foi interrompido nos últimos dois anos devido à pandemia na Covid-19. Este ano regressou com uma atualização da categoria “outras identidades”, além de “feminino” e “masculino”. As escolas envolvidas na investigação foram selecionadas de forma aleatória.
Numa relação há que ouvir e aceitar as diferenças
Num comunicado partilhado com o JPN, a Ordem dos Psicólogos Portugueses lembra que a comunicação é uma das principais ferramentas para cultivar uma relação saudável. “Ouvir é uma palavra de destaque”, indica, sublinhando a importância deste ato simples para resolver conflitos de forma construtiva.
Mais que isso, salienta que os casais devem recordar que há uma “altura certa” para resolver divergências. “Às vezes é preferível acalmarem-se primeiro”, “procurar saber como o outro se sente”, “ouvir o ponto de vista e ceder em determinados pontos”, aconselha a entidade.
Não basta “cultivar os interesses comuns”, é preciso “aceitar as diferenças” um do outro. A Ordem divulgou ainda alguns sinais de alerta aos quais os pares devem manter atenção, como o medo do temperamento e do humor do/a parceiro/a, “dizer o que deve ou não vestir” ou pedir justificações sobre o que faz ou onde vai.
Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira