Na sequência do terramoto que assolou a Turquia, a 6 de fevereiro, o JPN esteve à conversa com Pedrinho, jogador do Ankaragücü, clube que disputa a primeira divisão da liga de futebol otomana. O desastre humanitário tem repercussões na modalidade e no estado mental dos atletas.
O sismo de 6 de fevereiro abalou de forma significativa a população turca. Parte das atividades no país encontram-se suspensas, incluindo o futebol, cujo regresso está previsto para o período entre 3 e 5 de março.
Este domingo (12), a Federação Turca de Futebol (FTF) aceitou os pedidos de desistência da competição do Gaziantep e do Hatayaspor, ambos pertencentes à principal divisão de futebol. Neste último clube, militam Christian Atsu (ainda desaparecido, ao que tudo indica nos escombros) e Rúben Ribeiro. Também o Yeni Malatyaspor e o Adanaspor, emblemas do segundo escalão, optaram pela renúncia da atividade desportiva neste ano.
Pedrinho, ex-jogador do Gil Vicente, é um dos 14 jogadores portugueses que atuam atualmente no primeiro escalão da liga turca. Em declarações ao JPN, o médio de 30 anos descreveu os momentos vividos durante o terremoto e abordou as consequências sofridas no futebol turco, bem como os impactos na capacidade psicológica dos jogadores.
O jogador do Ankaragücü vive na cidade de Ancara (capital turca), a 500km de distância de Diyarbakir, o local onde se deu o epicentro do terremoto. Apesar da longa distância, Pedrinho relatou ao JPN os momentos sentidos durante o tremor de terra, que atingiu uma magnitude de 7,8 graus na escala de Richter.
Sem noção do que pudesse estar a acontecer, o atleta português diz ter “ficado na inocência”, ignorando o barulho que ouviu durante a madrugada do passado dia 6 de fevereiro.
O médio afirma ainda que, além dos clubes que desistiram, “todos se sentiram afetados com as circunstâncias vividas na Turquia”.
Quando pensa no recomeço das competições, Pedrinho refere as questões das infraestruturas, bem como as questões psicológicas que muitas pessoas, incluindo jogadores, irão passar e com as quais terão que lidar. “Tenho colegas que viajaram para ir a funerais de amigos e familiares, e na esperança de encontrar desaparecidos”, disse o atleta ao JPN.
Mehmet Büyükekşi, presidente da Federação Turca de Futebol (FTF), em declarações ao Fanatik, reproduzidas pelo Notícias ao Minuto, sublinhou que, neste momento, a “a dor é grande“, para justificar a suspensão das competições do desporto-rei até ao início de março. O organismo que regula o futebol na Turquia anunciou que as equipas que desistiram das respetivas competições não irão sofrer penalizações na próxima época, permanecendo assim na mesma divisão em que se encontram atualmente.
Artigo editado por Miguel Marques Ribeiro