O Porto Palácio Hotel recebeu, esta sexta-feira, a 16.ª edição Oporto Model United Nations (OPOMUN). Ao longo de dois dias, a iniciativa permitiu aos 180 alunos presentes falar sobre temas da atualidade, representando um país, como nos debates da Organização das Nações Unidas (ONU).

O OPOMUN juntou cerca de 180 aluno de várias escolas, nacionais e internacionais. Foto: JornalismoPortoNet

A Oporto Model United Nations (OPOMUN) é uma iniciativa organizada por estudantes do CLIP – Oporto International School que acompanha o mesmo modelo de debate estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Decorreu no Porto Palácio Hotel, na Avenida da Boavista, entre os dias 17 e 18 de fevereiro, e contou com a participação de 180 alunos – vindos de escolas nacionais e internacionais, de Espanha e Itália.

Em debate estão temas atuais e com relevância internacional – como a guerra na Ucrânia, os direitos das mulheres no Irão e até mesmo questões relacionadas com a emissão de gases poluentes. Constança Ferreira, secretária-geral do OPOMUN 23’, acrescenta, porém, que podem também ser incluídas questões “que foram debatidas há muito tempo, na ONU”. À luz dessa possibilidade, “os delegados têm a oportunidade de discutirem como se podiam ter solucionado os problemas, na altura, e como se deve evitá-los em circunstâncias futuras”, refere.

Diversos temas debatidos nas Nações Unidas, sejam mais recentes ou já antigos, são tratados no OPOMUN. Foto: JornalismoPortoNet

O OPOMUN organiza-se com uma equipa executiva, delegados e participantes. A equipa executiva conta com seis elementos, eleitos por professores. Já os delegados são escolhidos a partir das escolas convidadas pelo CLIP.

Mais ainda, o evento divide-se em sete comités diferentes: Assembleia Geral, Direitos Humanos, Conselho Económico e Social, Conselho de Segurança, Tribunal de Justiça Internacional, Organização Mundial da Saúde e Conselho de Segurança Histórica.

Um evento feito por jovens e para os jovens, visando construir uma sociedade e um futuro melhores

À conversa com o JPN, Maria Leal, vice-secretária geral da 16.ª edição do OPOMUN, revela que o projeto surgiu “por vontade de alunos do 7.º ano, há 16 anos”, porque queriam estar “envolvidos com o modelo da ONU”.

Inicialmente, começou por ser “algo mais pequeno e somente dentro do CLIP”, conta Maria Leal. Já em 2015, o evento cresceu e “começou a ser organizado em hotéis, com vista ao panorama internacional”. Nos últimos dois anos, devido à pandemia de Covid-19, adotou o formato online o que, na opinião da vice-secretária geral, “apesar de difícil, foi fazível”.

Este ano, assinalou-se o regresso aos moldes ideais. Constança Ferreira, secretária-geral, adianta que “apesar de ter começado com uma iniciativa de alunos do 7.º ano, a grande maioria dos participantes são estudantes do ensino secundário”.

Os participantes representam diferentes nações. Foto: JornalismoPortoNet

Para Maria Leal, conferências como o OPOMUN “deveriam ocorrer também em escolas públicas e não só nas privadas”, já que contribuem para “os jovens aprimorarem as suas competências”.

Também os participantes têm visões positivas quanto ao OPOMUN – como é o caso de Pedro Silva, delegado dos EUA no Conselho de Segurança, que teve conhecimento do evento por já ter participado em iniciativas idênticas. Acredita que “problemas contemporâneos como a Guerra entre Rússia e Ucrânia ou o conflito entre China e Taiwan, são de extrema relevância para a sociedade atual” e, como tal, devem ser falados desde cedo.

“São os jovens que fazem o OPOMUN”, como refere o participante – o que traduz que são os próprios que se querem “educar sobre estes temas: para os debater e para construir soluções para um mundo e uma sociedade melhores”.

Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira