A greve convocada pelos sindicatos dos trabalhadores da Comboios de Portugal (CP) e da Infraestruturas de Portugal (IP) tem início esta segunda-feira (27) e estende-se até dia 2 de março. Apesar de se esperarem grandes perturbações na circulação ferroviária, devem ser garantidos serviços mínimos durante os quatro dias, em concordância com a decisão do tribunal arbitral.

De acordo com declarações da CP à Agência Lusa, entre a meia-noite e as 8 horas do primeiro dia de greve já foram suprimidos 143 comboios de 249 previstos – o que significa que 57,4% das viagens programadas não foram realizadas. Nesse sentido, a CP vai proceder ao reembolso de bilhetes já adquiridos para viagens ou à revalidação gratuita para comboios da mesma categoria ou classe.

Ao JPN, Ricardo Botelho, dirigente do Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários das Infraestruturas e Afins (SINFA), esclarece que o motivo da greve são as propostas de aumentos salariais apresentadas pelas entidades CP e IP. Foram realizadas reuniões, separadamente, com a CP, a 19 de janeiro e no dia 3 de fevereiro, e a IP, que aconteceram entre 18 e 31 de janeiro e no dia 8 de fevereiro. Nestas conversas propuseram-se subidas de 3,49% e 3,9%, respetivamente. 

Nesse sentido, o dirigente da SINFA explica que “não houve qualquer tipo de negociação” com os sindicatos. “Foi um dia para propor e outro para confirmarem que a proposta apresentada seria imposta”, adianta. Estes valores são insuficientes quando comparados com a taxa de inflação do país – traduzindo-se numa perda de “50% de poder de compra” para os trabalhadores, esclarece o representante. “Não podemos aceitar isso. Para nós isto não são aumentos – são cortes salariais, na prática”, sublinha.

Com a greve, os sindicatos esperam que seja realizada outra reunião – mas onde sejam discutidos os valores. Informações alusivas às supressões estão disponíveis para consulta no site da CP.

Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira