Líderes das sociedades desportivas reuniram-se em Coimbra, para a 10.ª Cimeira dos Presidentes da Liga Portugal, a última que se realiza no atual mandato de Pedro Proença. Direção do organismo destaca a importância da centralização dos direitos televisivos para o crescimento das competições profissionais de futebol.

Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, discursa durante a 10ª Cimeira dos Presidentes

Na 10ª cimeira dos presidentes da Liga Portugal, a centralização dos direitos televisivos obteve especial destaque. Foto: Liga Portugal

A 10a Cimeira dos Presidentes da Liga Portugal (LP) debruçou-se sobre os desafios que irão marcar o próximo quadriénio no futebol português. O encontro realizou-se esta terça-feira (28), no Convento de São Francisco, em Coimbra. No seu discurso, o presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, sublinhou que a centralização dos direitos televisivos é fulcral para o aumento da competitividade das competições profissionais. “Mais financiamento” corresponderá a “mais condições” para todos os clubes, lê-se num comunicado da LP a que o JPN teve acesso.

A Liga Centralização, criada pelos clubes para implementar um modelo centralizado de comercialização dos direitos televisivos e multimédia, foi também abordada. A empresa é um instrumento fundamental para fazer cumprir o decreto-lei aprovado em 2021 pelo governo. Este determina que a negociação centralizada da transmissão dos jogos de futebol da I e II Ligas tem que ser concretizada, no máximo, até à época desportiva 2028/29. Na nota de imprensa da Liga concedida ao JPN, a organização confirma que os prazos estabelecidos no decreto-lei serão cumpridos.

Esta legislação tem como objetivodistribuição mais equitativa de receitas entre os clubes, tendo como guia o Regulamento Audiovisual, para melhoria do produto, e o Regulamento de Controlo Económico, para garantia da estabilidade financeira das sociedades desportivas.

 

Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, discursa durante a 10ª Cimeira dos Presidentes

A última Cimeira dos Presidentes do mandato de Pedro Proença realizou-se em Coimbra. Foto: Liga Portugal

Existem outras preocupações que, segundo Pedro Proença, devem marcar o futuro imediato da Liga. A redução dos chamados custos de enquadramento (gastos associados à realização de transações) e a internacionalização do futebol português fizeram parte da agenda da reunião. 

Neste delineamento dos principais desafios do desporto-rei, os clubes escutaram as conclusões de um estudo da EY, que garantiu que os próximos quatro anos terão um papel decisivo no desenvolvimento do futebol profissional. A consultora assegura que estes objetivos serão “enfrentados com enorme grau de profissionalismo e tecnocracia“, desaconselhando ainda “aventureirismos“, lê-se no comunicado enviado ao JPN.

A construção da Arena Liga Portugal, no Porto, também foi outro tópico abordado. A futura casa do organismo deve ficar concluída ainda em 2023 e é vista como um dos legados da liderança de Pedro Proença.

A Cimeira de Presidentes é um encontro anual dos líderes dos clubes de futebol que disputam as competições profissionais. Esta é a última vez que o evento se realiza no decorrer do segundo mandato de Proença, que termina em 2023. O dirigente aproveitou para salientar o grande crescimento financeiro da instituição ocorrido durante a sua presidência: são “sete anos seguidos de contas positivas“, que tornam a LP mais “preparada para enfrentar os desafios que a aguardam no futuro imediato“, diz a nota de imprensa.

Artigo editado por Miguel Marques Ribeiro