O espaço de intervenção cultural Maus Hábitos vai realizar hoje à noite (29) mais um serão de Femme Sessions, no âmbito da rubrica “Cinema à Mesa”. A entrada é gratuita e as portas abrem às 20 horas, mas a sessão só terá início às 21 horas.

O mote da iniciativa, que já vai na sua 6.ª edição, é exibir, na última quarta-feira de cada mês, cinema feito por mulheres. Este novo ciclo de cinema será dedicado a Drag Queens e Drag Kings e vão ser exibidas as curtas-metragens “Pluma” (2022), de Cleila Goodchild, e “Disclosing Acuenda” (2021) de Ana Carolina Marinho e Anna Zêpa.

A sessão desta noite vai ainda contar com uma performance de Drag Kings, levada a cabo pelo Coletivo Kings of Kitéria. Segundo Rita Capucho, fundadora do festival Femme Porto, “é importante dar visibilidade ao movimento e aos shows drag, tão comummente marginalizados”, sobretudo com “Drag Kings conceito com o qual não estamos tão familiarizados”.

Rita Capucho defende que “o cinema permite que as pessoas tenham contacto com realidades desconhecidas” e “promove uma empatia capaz de romper preconceitos e estereótipos ”. A organizadora acredita, ainda, que “é importante que as pessoas se consigam ver representadas no cinema”.

Assim, pretende-se “investir na questão da representatividade e da representação das mulheres no cinema” , segundo a organizadora. Além disso, o projeto tem como objetivo “dar visibilidade a várias outras questões relacionadas com minorias étnicas, grupos marginalizados, violência contra a mulher e a comunidade LGBTQ+”. “Queremos novas representações, que fujam ao modelo patriarcal tão presente no cinema mainstream”, completa.

Uma iniciativa que incentiva que educa e trabalha para a igualdade de género 

A Femme Sessions surgiu em 2016 com a intenção de “trabalhar a igualdade de género no cinema e nas artes”, explica Rita Capucho ao JPN. A mais recente edição traz inúmeros eventos entre os dias 12 e 22 de abril. Entre as atividades, conta-se com a exposição temática “Reflexos”, uma sessão de conversa com realizadores de todo o mundo e, claro está, mais sessões de cinema e performances.

Este ano, o programa conta também com uma formação de financiamento – isto é, uma clarificação sobre o processo de candidatura de projetos audiovisuais, com Andreia Nunes. A realizadora Maria Clara Escobar também dará uma formação, na qual se tratará o tema das “multiformas possíveis do «eu», no cinema”, através de estudos de caso do “eu” e do “outro” na sétima arte.

Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira