Começa esta quarta-feira (29) a greve dos professores ao último tempo letivo. As organizações sindicais que convocaram o protesto realizaram uma conferência de imprensa na Praça da República, em Coimbra, durante a manhã.

O secretário geral da FENPROF, Mário Nogueira, destacou o sentimento de intimidação de muitos colegas, devido a possíveis represálias ao se juntarem na greve, que é um direito dos trabalhadores. Fazer greve “está a tornar-se num ato de coragem, quando deveria ser um ato de liberdade”, apontou o líder sindical.

As reivindicações principais dos professores:

  • melhor gerência do regime de vagas;
  • redução na burocracia e regularização de vínculos no ensino superior;
  • redução da componente letiva de professores em monodocência.

No seu discurso, Mário Nogueira exprimiu ainda a insatisfação das organizações representantes dos docentes em relação ao que foi proposto pelo Ministério da Educação. No entanto, o sindicalista reforçou que “continua a luta dos professores“.

Em nota no site, a FENPROF critica, ainda, a indisponibilidade de João Costa, ministro da Educação, para a discussão com o movimento. Em declarações feitas durante a tarde desta quarta-feira (29) aos jornalistas, e reproduzidas pela SIC, o ministro sublinha que as “inúmeras aproximações e um esforço continuado de trabalho em conjunto numa perspetiva que tem sido sempre dialogante” continuam a ser realizadas.

Governo e sindicato em desacordo em relação ao pré-aviso de greve

O movimento estava previsto para começar no dia 27 de março, porém, o Ministério da Educação considerou que o tempo mínimo de dez dias de pré-aviso de greve não foi cumprido. Na perspetiva o governo, os sindicatos submeteram o pedido com apenas cinco dias úteis. Dessa maneira, a greve parcial pela recuperação de todo o tempo de serviço, inicialmente agendada para segunda-feira desta semana mudou, então, para quarta-feira.

Artigo editado por Miguel Marques Ribeiro