Aplicação de taxa de 35% e diferença de tratamento dado aos hotéis estão entre as principais razões do protesto. Empresários falam de decisões que podem conduzir à "morte" do setor.

manifestantes empunham cartazes

Protesto juntou cerca de 150 pessoas junto ao Mercado do Bolhão. Foto: Pedro Pettenazzi

Uma manifestação, organizada com apoio da Associação do Alojamento Local em Portugal, realizou-se hoje (quinta-feira), no Porto, junto ao Mercado do Bolhão. No local, estiveram cerca de 150 pessoas com o objetivo de protestar contra as medidas aprovadas pelo governo para combater a crise da habitação. Para além do Porto, a iniciativa decorreu também em Lisboa, Setúbal e Faro.

Ao JPN, Tiago Guimarães, um dos organizadores, alertou para a existência de “55 mil famílias que dependem diretamente” do AL, bem como “10 mil micro ou pequenas empresas, 45 mil empregos diretos e mais de 100 mil indiretos”. Deste modo, afirma o pequeno empreendedor do setor de alojamento local (AL), o plano do executivo “vai afetar Portugal, vai afetar a economia e vai afetar o turismo”.

Um dos proprietários de AL que participaram no protesto alertou para a mudança de regras a “meio do jogo”. Ao JPN, Ângelo lembrou que “há uns anos atrás, incentivavam-nos a para investirmos, a reabilitarmos o Porto e recebermos pessoas de todo o mundo”, sublinhando o contraste com as medidas agora tomadas.

Empresários contra taxa de 35% e discriminação relativamente aos hotéis

Em causa, entre outras políticas, está a aplicação de uma taxa de 35% sob o valor total do rendimento de alojamentos locais. Para Tiago Guimarães a decisão pode “matar o alojamento local”. 

Outra reivindicação prende-se com a diferença na designação e no tratamento entre o AL e os hotéis. Pedro Pixo, proprietário de um AL e gerente de apartamentos de investidores no ramo, diz não “entender como, em Portugal, o alojamento local que no Porto representa 60% das dormidas é um problema e, por exemplo, em relação aos grandes hotéis e apart-hotéis não há a mesma política”.

Para o empresário do ramo trata-se de “discriminar, literalmente, uma parte de um setor que é importante na economia e na vida dos portugueses”.

Artigo editado por Miguel Marques Ribeiro