A Queima das Fitas do Porto começou no sábado. A noite ficou marcada pelo caos instalado no acesso ao recinto, que levou já a FAP a anunciar alterações. Da noite, fica ainda o concerto, sempre emotivo, dos Ornatos Violeta.

Vinte anos depois, os Ornatos voltaram a atuar na Queima das Fitas do Porto. Foto: Miguel Pinto

Muita demora e confusão à entrada, falta de sinalização, vários erros no sistema de pagamentos digitais implementado pela primeira vez este ano. Foram muitas as queixas dos milhares que acorreram ao Queimódromo do Porto, de sábado para domingo, para participarem na primeira noite de concertos da Queima das Fitas do Porto

Embora muitos dos visitantes já tivessem antecipadamente trocado o seu bilhete pela pulseira – que este ano era obrigatória para entrar no recinto, servindo também para efetuar pagamentos – o enorme aglomerado de pessoas, de forma desorganizada, tanto para a compra ou troca de bilhete por pulseira, bem como para entrar no recinto, provocou muita confusão.

A segurança dentro e fora do Queimódromo foi reforçada, bem como a presença de autoridades policiais. Ao JPN, muitos dos estudantes entrevistados apontaram a entrada como um problema, realçando que “devia haver mais informação por parte da FAP” em relação às mudanças logísticas no recinto e apontaram a “segurança mais apertada à entrada” como uma das possíveis causas para a demora. O JPN tentou, sem sucesso, ouvir a organização sobre estas queixas.

Num comunicado, a FAP reconheceu os problemas técnicos da primeira noite com o sistema cashless e anunciou que, já a partir da noite de domingo, os pagamentos também poderão ser feitos em dinheiro, “com um sistema híbrido”. Assim, já não é obrigatória a troca do bilhete pela pulseira. 

Na mesma nota, a FAP compromete-se a reforçar a sinalética e a criar corredores dedicados a cada porta, “permitindo um acesso fluído ao recinto”. A porta 2 foi relocalizada: passa a estar colocada junto ao palco principal.

Ornatos voltaram a encher o palco

As noites de concertos da semana académica do Porto abriram, pontualmente, às 00h00 de domingo, com a subida ao palco de Ivandro. Num concerto que reuniu centenas de fãs, o cantor luso-angolano pôs o Queimódromo a vibrar com alguns dos seus temas mais conhecidos.

Uma hora e meia depois, com muito entusiasmo à mistura, entraram em palco os Ornatos Violeta, liderados por Manel Cruz. A banda portuense regressou aos espetáculos para comemorar os 20 anos de “O Monstro Precisa de Amigos”, em 2019, e desde então continua a revisitar ao vivo, em franca comunhão com os fãs, alguns dos temas mais emblemáticos da sua curta história de vida, como “Chaga” e “Ouvi Dizer”.

Num concerto eletrizante, que durou pouco mais de 1h30, a banda apresentou-se muito confortável em palco, quer com o público quer entre os seus membros. Manel Cruz, Peixe, Kinörm, Elísio Donas e Nuno Prata tocam em perfeita sintonia, formando uma banda de culto, assim considerada quer pela crítica quer pela legião de fãs que os acompanha desde a década de 1990. 

Mais de 20 anos depois da estreia na Queima das Fitas do Porto, o concerto da banda – que no final não esteve disponível para entrevista – reuniu os “verdadeiros fãs”, estando o recinto relativamente vazio até perto das 02h00, altura em que chegaram muitos estudantes vindos da Serenata, que ocorreu no centro da cidade.

Público satisfeito com reforço das casas de banho

Um ponto positivo apontado pelas pessoas que o JPN entrevistou é o aumento da oferta de instalações sanitárias, que se apresentam mais higienizadas, o que aumenta a fluidez do serviço. “Há mais casas de banho e estão mais limpas, o que foi surpreendente para mim”, afirmou uma estudante ao JPN, opinião em que foi secundada por vários estudantes.

A praça da alimentação também foi aumentada, contando com mais variedade de comida de todo o mundo. As tradicionais “barraquinhas” começaram a pouca velocidade, uma vez que o primeiro dia trouxe menos gente ao Queimódromo, em parte por causa da célebre Monumental Serenata, que ocorreu em simultâneo. 

Estes pontos de venda estão melhor organizados e mais afastados, o que ajuda nas deslocações entre “barraquinhas” dentro do recinto e uma maior facilidade em encontrar a praça de alimentação e restauração, em parte devido ao alargamento da área do recinto.

A Queima das Fitas do Porto decorre até sábado (13), com atuações de Two Door Cinema Club, Slow J e Wet Bed Gang, entre outros. Como já é habitual, Quim Barreiros sobe ao palco no dia 9 de maio, dia do cortejo académico. Para além dos espetáculos noturnos, a semana académica está recheada de atividades, de que são exemplo, além do cortejo, a Missa da Benção das Pastas e o Sarau Cultural.

Artigo editado por Filipa Silva