As obras para a linha Rubi têm “condições para começar em novembro”, segundo avançou Tiago Braga, presidente da Metro do Porto, na última quarta-feira (10), durante a cerimónia de lançamento do concurso público internacional para a construção da mesma, na Alfândega do Porto. O projeto inclui a construção da nova ponte, exclusiva para o metro e mobilidade suave – que vai nascer e entre a ponte da Arrábida e a de D. Luís I para fazer a ligação entre Casa da Música, no Porto, e Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia.

O prazo de entrega de propostas para o concurso encerra dia 17 de julho, tendo um valor de referência de 370 milhões. Mas para cumprir os prazos do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), que financia a linha, esta terá de estar finalizada até ao início de 2026 – o que significa que a intervenção vai acabar por coincidir com outras já a decorrer, referentes à extensão da Linha Amarela, à construção da Linha Rosa e da via de metrobus na Avenida da Boavista.

Maquete da nova ponta que liga o Porto a Vila Nova de Gaia. Foto: Leonor Carvalho/JPN

Quando questionado sobre os constrangimentos que se vivem na cidade, que num futuro próximo ainda vão aumentar, Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, confessa que é algo que o “aflige”. Todavia, também afirma que “pior seria se ainda não tivessem começado”, uma vez que a Metro do Porto já não fazia obras que eram necessárias “há muitos anos”.

Apesar do descontentamento que os portuenses têm vindo a demonstrar (tanto pelas várias intervenções como pelo novo projeto sobre o rio), o autarca diz ter “esperança que venham a aderir e a adotar a ponte como parte da sua paisagem urbana, com o passar do tempo.

Um nova forma de atravessar o rio com 18 veículos por hora

A futura linha, que será a oitava, tem um valor total estimado de 435 milhões de euros, previstos no PRR (à volta de mais 135 milhões do que estava estipulado no início).

Abrange oito estações – a começar na Casa da Música e a acabar em Santo Ovídio, com uma frequência de três minutos entre veículos. Conta ainda com passagem no Campo Alegre, junto à zona universitária, e na Arrábida, perto do centro comercial.

Nova ponte, cujo nome ainda não foi definido, situar-se-á entre as pontes da Arrábida e de D. Luís I. Foto: Leonor Carvalho/JPN

 

Paragens da linha Rubi:

  • Casa da Música
  • Campo Alegre
  • Arrábida
  • Candal
  • Devesas
  • Rotunda
  • Soares dos Reis
  • Santo Ovídio

 

Quanto à ponte terá um total de 835 metros e ficará suspensa 70 metros acima do rio Douro. É uma das primeiras obras destinadas unicamente à passagem do metro, bicicletas e pessoas (excluindo a circulação rodoviária).

Vão ser utilizadas, ao todo, 22 viaturas, sendo que, por hora, vão circular 18, em cada um dos sentidos – incluindo horas de ponta. Tiago Braga avança que para isto acontecer é necessário expandir a frota e que será lançado, até ao final do ano, um procedimento para a compra de mais 22 composições “ com uma opção de mais 10 unidades”.

Com término agendado para 2026, a nova linha de metro prevê várias vantagens económicas, ambientais e sociais avaliadas em 1,7 mil milhões de euros.

Promover a mobilidade sustentável

Durante o seu discurso, Rui Moreira reforçou que um dos objetivos principais para a cidade é “atingir a neutralidade carbónica em 2030” e que isso não é possível se não se “arranjar uma substituição para o transporte individual”. Para tal, há que “construir um transporte público fiável, de qualidade

Mais, o autarca reforça a importância de criar um futuro sustentável. Nesse sentido, critica “aqueles que dizem que temos de pôr ali os automóveis a andar em cima” ou “pessoas que dizem que o ‘metrobus’ vai incomodar os automóveis”, “porque são essas mesmas pessoas que querem que os outros cumpram com os compromissos ambientais, mas não são capazes de fazer os sacrifícios”.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, garantiu, na cerimónia, que a construção da oitava linha de metro do Porto vai “reduzir os problemas de congestionamento entre o Porto e Vila Nova de Gaia”. Reitera a importância da mobilidade ecológica e sustentável e afirma que a nova linha vai ser uma vantagem. “Temos a expectativa de chegar a 12 milhões de novos passageiros e acima de tudo evitar a emissão de 12 mil toneladas de dióxido de carbono“, rematando que será possível “melhorar a vida e a saúde de todas e todos”. O objetivo é “cumprir de forma decisiva para aquilo que é a consolidação de toda a rede de transporte metropolitano do Porto.”

No mês passado foi lançado um concurso público para decidir o nome da nova ponte. A iniciativa surgiu de uma parceria entre o “Jornal de Notícias”, as Câmaras Municipais do Porto e de Vila Nova de Gaia e o Ministério do Ambiente e da Ação Climática. A decisão será tomada por uma Comissão de Decisão composta pelo ex-presidente da Metro, Ricardo Fonseca, pelo coordenador do Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade, Fernando Sousa, e pela professora Fernanda Ribeiro, ex-diretora da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Neste momento o nome ainda é desconhecido, mas a decisão será revelada a 2 de junho.

(Artigo atualizado às 11h08 de 12 de maio de 2023)

Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira