Autarquia pretende comprar as 23 habitações atingidas pela enxurrada de janeiro. No entanto, ainda não existem certezas sobre a reabilitação do bairro dada a falta de garantias a nível de segurança.

Câmara do Porto quer realizar um estudo hidrológico antes de se pronunciar sobre a reabilitação da ilha dos Moinhos. Foto: Laura Luchtenberg

Na reunião do Executivo camarário realizada ontem (segunda-feira), a autarquia do Porto avançou que está em fase de negociação para a compra da totalidade da ilha dos Moinhos. O conjunto de 23 habitações situada nas Fontaínhas foi uma das zonas atingidas pelas enxurradas ocorridas em janeiro deste ano, que resultou em vários estragos e fez com que vários moradores perdessem as suas casas.

Pedro Baganha, vereador do Urbanismo e Espaço Público, confirma que a Câmara Municipal do Porto (CMP) está atualmente em “procedimentos pendentes para a aquisição da totalidade da ilha”, mas que todavia ainda “é muito prematuro saber qual é o futuro do Bairro dos Moinhos”.

Baganha refere que a ilha em questão tem particularidades que exigem atenção, sendo necessário saber quais são as condições geofísicas daquele território. No terreno, passa “uma ribeira que provocou os problemas em janeiro deste ano”. Tendo em conta isto, “há um estudo hidrológico que tem que ser feito”. O objetivo da Câmara Municipal é a construção de uma bacia de retenção “que é um mecanismo para resolver enxurradas rápidas”.

O vereador da urbanização fez ainda um ponto de situação de quatro famílias que viram as suas casas ser interditadas pela proteção civil, na sequência dos eventos ocorridos no início do ano. Pedro Baganha esclareceu que duas famílias já foram realojadas, uma não aceitou as propostas sugeridas pela Câmara e outra vai ser colocada numa nova habitação até o final mês de junho.

De acordo com o depoimento prestado pela vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, no final da reunião de Executivo, a preocupação principal no momento são as “condições dos moradores que foram afetados”, referindo que o objetivo da aquisição das ilhas tem como meta a melhoria das condições e a resolução destes problemas.

Por fim, o vereador do Bloco de Esquerda, Sérgio Aires, falando igualmente aos jornalistas, expressou o contentamento com a solução encontrada pela autarquia, dada a “pressão imobiliária desta natureza com tantos interesses financeiros” a que a cidade está sujeita. “Estamos muito satisfeitos que assim seja, insistimos muito para que isto acontecesse, esperemos que este tipo de postura se generalize a outros problemas da cidade”, declarou o autarca.

Artigo editado por Miguel Marques Ribeiro