Após uma interrupção de quatro anos, imposta pela pandemia de covid-19, assinala-se um aguardado retorno do “Serralves em Festa”. Nos dias 2,3 e 4 de junho, os vários espaços da Fundação Serralves serão ocupados com 50 horas ininterruptas de atividades diversas, de acesso livre.
A 17.ª edição daquele que é considerado um dos maiores eventos de cultura contemporânea em Portugal, e um dos maiores da Europa, traz consigo uma “panóplia de ofertas”, garante Rui Costa, diretor de Recursos e Projetos Especiais da Fundação de Serralves. Assim, o programa vai “da música, à performance, às artes circenses, à dança e ao cinema”.
No que concerne à música, destaca-se a presença de 808 State & Michael England, os pioneiros do acid house. Somam-se a esta lista os nomes de Mouse on Mars, Rui Reininho, os BCUC, Oren Ambarchi & João Pais Filipe e o norte-americano Sarathy Korwar.
Quanto às artes performativas, Rui Costa evidencia o “magnífico espetáculo” de circo contemporâneo “FIQ! (Réveille-toi)”, ao encargo do grupo acrobático Tânger, que se exibirá com Maroussia Diaz Verbêke.
Afunilando para a vertente de dança contemporânea, apresenta-se o espetáculo “The Goldberg Variations”, de Michiel Vandevelde, que estará acompanhado por Audrey Merilus e Oskar Stalpaert – e traz consigo não só uma reflexão o estado atual da dança, mas também sobre o estado da monarquia e diferentes formas de fisicalidade. Mais ainda, será possível assistir à performance “Aqui, Agora, Neste Momento”, um projeto de autoria de Vera Mnatero, Elisabete Francisca e Maria Tengner Barros e “A Barricada”, do coreógrafo brasileiro Marcelo Evelin.
“Serralves em Festa” conta igualmente com atividades para famílias e crianças, na qual Rui Costa destaca a peça espanhola “El Gran Final” da companhia Bucraá Circus, uma tragicomédia que narra o reencontro de dois palhaços, separados há muitos anos pela eclosão de uma guerra civil. Enumera-se ainda “Gnoma”, um espetáculo de marionetas que aborda o desafio da amizade e da tolerância, tal como novas estruturas familiares.
De sexta-feira até domingo à noite (2 a 4), o evento realizar-se-á “dentro de portas”. Contudo, no dia 1 de junho, a programação da festa que não dorme estende-se até à baixa do Porto, marcando presença na Praça dos Leões, Praça Carlos Alberto, Cordoaria, Jardim do Morro, passando ainda pela Igreja da Lapa.
Ao longo dos vários dias, a STCP vai assegurar ligações contínuas de autocarros até Serralves – mesmo durante as madrugadas de sábado (3) e domingo (4).
A iniciativa, além da celebração cultural, incentiva o estabelecimento da relação entre Serralves e a própria cidade. Nesse sentido, o representante da instituição afirma que a deslocação do evento Porto adentro serve como uma oportunidade para “a população, os visitantes e os turistas também terem contacto com tudo aquilo que poderá vir a acontecer no fim-de-semana”.
A última edição do evento realizou-se em 2019 e recebeu mais de 264 mil visitantes. Sobre este ano, Rui Costa revela ter esperança que venham “tantas pessoas como nós gostaríamos” e reafirma que se trata de “um evento para todos”. Apesar da organização ser um “desafio” no que toca a conjugar espaços e planos, o objetivo é criar uma experiência que alcance diferentes públicos e divulgue diferentes expressões artísticas numa vasta variedade de horários.
A programação integral e outras informações estão disponíveis para consulta na plataforma digital do evento.
Artigo editado por Ângela Rodrigues Pereira
