Motoristas ocupam um parque de estacionamento, em Paranhos, sem casas de banho, zona de descanso e de alimentação, enquanto esperam a abertura dos novos terminais, marcada para 1 de junho. Fecho do Parque de Mangauanha e abertura de novas infraestruturas é decisiva para diminuir a circulação de autocarros no centro da cidade, diz a autarquia.

Parque de estacionamento de autocarros de Paranhos funciona “sem condições”, diz sindicato. Pedro Pettenazzi

Faltam poucos dias para a inauguração dos novos terminais intermodais localizados no Hospital de São João e Pólo Universitário, prevista para 1 de junho.  

Enquanto tal não acontece, os motoristas que ocupam o parque de estacionamento de autocarros situado na Rua Manuel Pacheco Miranda, em Paranhos, continuam a trabalhar “sem o mínimo de condições”, diz o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN), José Manuel Silva.

A ausência de casas de banho é um dos principais problemas: “Não têm aqui nada”, diz o sindicalista. A quem conduz as viaturas não resta senão deslocar-se aos cafés, o que acarreta despesas suplementares, “ou então é o que nós vemos aí – é por detrás dos autocarros, encostados aos pneus a urinar, o que é feio para a cidade”.

A inexistência de espaços condignos para os condutores se alimentarem e descansarem é outra das dificuldades apontadas, podendo mesmo configurar um desrespeito pela legislação: os trabalhadores “não têm uma sala onde possam almoçar. Almoçam dentro das viaturas, o que não é permitido por lei”.

Pólo Universitário passa a ter 42 lugares de estacionamento para autocarros 

Para já, só duas empresas, a Rodonorte e a Ave Mobilidade, utilizam o espaço de parqueamento. Contudo, depois dos novos terminais abrirem ao público e de ser encerrado o Parque de Magauanha, situado junto à Faria de Guimarães, o local vai passar a servir de bolsa de estacionamento alocada ao terminal do Pólo Universitário.

Nessa altura, vai receber pelo menos outras sete empresas de camionagem: a Pacense, a Albano Esteves Martins, a Landim, a Valpi, a Transdev Norte, a Minho Bus e a Rodoviária do Entre o Douro e Vouga.

José Manuel Silva garante que a mudança representa no mínimo a afluência de “mais quarenta” autocarros diários ao parque, para além dos cerca de vinte que o utilizam atualmente. Com a previsível falta de espaço disponível para estacionar, acrescenta, é de esperar que não reste outra solução senão ocupar as bermas dos passeios com os veículos.

Ao JPN, a autarquia garante que vão passar a ser disponibilizados 42 lugares de estacionamento para autocarros na zona do Terminal do Pólo Universitário. Este número inclui os 29 atualmente já existentes no parque da Rua Manuel Pacheco Miranda, que serão destinados “a veículos que necessitam fazer tempo de suporte mais alargado”, 11 que ficam situados no Terminal e outros dois na Rua Dr. Manuel Pereira da Silva.

O Terminal do Hospital de São João, por seu turno, vai ter “uma capacidade instalada de 19 lugares“, explica a autarquia em resposta a um pedido de esclarecimento feito pelo JPN. 

Cidade mais próxima de alcançar os objetivos do Pacto para o Clima

A abertura ao público do chamado Pólo da Asprela (ver mapa), constituído pelos Terminais do Hospital de São João e do Pólo Universitário, permite a criação de um “grande Pólo Intermodal” onde “coexistirão os serviços de Metro, STCP, AMP, CIM do Tâmega e Sousa, CIM do Ave e ainda alguns serviços expressos”, lê-se na informação disponibilizada pela autarquia. Nos dois terminais estão ser instalados “elementos de apoio, em particular, bilheteiras, cafetaria, WC e salas de espera”.

Também no dia 1 de junho, reabre o Terminal das Camélias, depois de ter beneficiado de obras de reabilitação para melhorar as “condições de acessibilidade, conforto e segurança, tanto para operadores como para passageiros“. A intervenção inclui a criação de uma “sala de espera, até agora inexistente”. Em geral, a obra permite “organizar o serviço interurbano em transporte público pesado de passageiros na zona sul da cidade do Porto”.

Para a autarquia estas duas intervenções, a par da criação do Terminal Intermodal de Campanhã, cumprem os objetivos prioritários de “aposta no transporte público”, redução do “volume de circulações de autocarros no centro do Porto” e “descarbonização assumida no Pacto do Porto para o Clima”.