Num dia em que se previa chuva e trovoada, o “furacão da Bahia”, Ivete Sangalo, foi a maior tempestade que se fez sentir no North Music Festival.

Ivete Sangalo foi a cabeça de cartaz do segundo dia de festival na Alfândega do Porto. Foto: Liliana Costa

Ivete Sangalo subiu ao palco do North Festival, neste sábado (27), no Porto, para celebrar o seu aniversário, num dia marcado pela música brasileira. Ana Castela e Gustavo Mioto foram os outros dois artistas brasileiros que se juntaram ao cartaz. O cantor português Nininho Vaz Maia foi o primeiro a subir a palco.

Ivete Sangalo, figura de maior cartaz, foi a artista que atraiu mais público neste segundo dia de festival. Juliana Sabença, natural de Espinho, é uma “fã incondicional” de Ivete, sublinhou o marido que a acompanhou ao festival ao JPN. Juliana confessou que veio de propósito “só para ver a Ivete” e que este não é o seu primeiro concerto da artista. A fã trazia consigo dois balões, com os números “5” e “1”, para ajudar a celebrar o aniversário da cantora.

Veveta Sangalo, alcunha pela qual também é conhecida, é famosa pelos seus espetáculos e pela grande produção que estes envolvem. O JPN falou com Evanes Andrade, responsável pela “produção com os músicos e os bailarinos” da artista. Evanes é natural de Salvador, na Bahia, e trabalha com Ivete Sangalo há 20 anos. A produtora revela que é bom trabalhar com a artista e relembra como o concerto mais memorável aquele que ela deu em Nova Iorque, no Madison Square Garden, em 2010. Afirma ainda que “o povo gosta e é animado” nos concertos de Ivete em Portugal, um país, segundo Evanes, pelo qual Ivete “tem um amor muito grande”.

Ivete Sangalo festejou o aniversário em palco e foi a figura da noite. Foto: Liliana Costa

“Nesse país que me acolheu como se eu fosse filha desse país”, confessou Ivete em palco. A artista teve direito àquele que foi o maior concerto da noite, no que toca a espetáculo e a duração, tendo atuado durante quase duas horas. Nem o seu atraso de quase uma hora demoveu os fãs e o público deste festival que gritavam “Ivete, cadê você? Eu vim aqui só para te ver”.

Ivete, visivelmente emocionada, celebrou em palco os seus 51 anos, num “show” repleto de dança, cor e com a presença de dois dos seus filhos. Marcelo, de 13 anos, tocou juntamente com os músicos e Marina, de cinco, juntou-se à mãe em palco para dançar e falar com o público, naquele que foi um autêntico “carnaval da Bahia”, segundo a cantora brasileira.

Ivete Sangalo, ao longo do concerto, cantou tanto os seus maiores sucessos, “Sorte Grande” ou “Quando a Chuva Passar”, como também as suas mais recentes músicas, como é o caso de “Cria da Ivete”, uma música que lançou este ano. A baiana terminou o concerto a prometer um regresso a Portugal.

Um cartaz completo

Muitos foram os espectadores que afirmaram que o cartaz deste segundo dia do North Music Festival era bastante completo e que tinham vindo ao festival por todos os artistas presentes. É o caso de Jaine Braga que veio das Caldas da Rainha. A jovem de 28 anos mostrou-se satisfeita e revelou que estava “muito desejosa” para ver os concertos. Jaine não se sentiu incomodada pela alguma chuva que se fez sentir durante a noite e afirma que a experiência “valeu cada cêntimo que gastou” em transporte e em estadia.

O JPN falou ainda com Leandro, um jovem madeirense que se deslocou, de propósito, da ilha da Madeira para ver “os artistas brasileiros” deste dia do festival. Acompanhado da família e de uma bandeira da sua ilha, o jovem desvalorizou também o mau tempo.

Uma noite com muito sertanejo

Ana Castela e Gustavo Mioto, cantores de sertanejo, reuniram, também, no público, muitos dos seus fãs. Vera Pereira veio de Penafiel para ver Gustavo Mioto. A jovem era das primeiras pessoas na longa fila que se formava às portas da Alfândega para a entrada no festival. Vera esperou cerca de quatro horas na fila para poder entrar e afirmou que as expectativas estavam “muito altas”, revelando que gostaria de ir para a frontline dos concertos deste dia. Além de Vera, também Tânia Moreira, de Gandra, esperou na fila várias horas antes das portas do festival abrirem, para ver a sua artista favorita do dia, Ana Castela. Afirmou que estava “preparadíssima” para enfrentar a chuva e que esperava que o concerto fosse “incrível”.

Ana Castela, também conhecida como a “Boiadeira”, subiu ao palco durante um pôr do sol que afastava qualquer ideia de possível chuva. A autora de músicas como “Pipoco” e “Roça em Mim” deu um concerto à luz daquele que é o seu estilo, o sertanejo. Na multidão que assistia ao concerto, eram vários os chapéus country, imagem de marca da artista brasileira. Com apenas 19 anos e sendo a segunda artista a subir ao palco, conseguiu animar o público, fazendo várias vezes referência a Ivete Sangalo, que cantaria ao final da noite.

Gustavo Mioto seguiu-se a Ana Castela no alinhamento deste dia de festival. O início do seu concerto ficou marcado pela chuva que se intensificou no momento em que o brasileiro subiu ao palco. Precedendo a cabeça de cartaz, Mioto cantou alguns dos seus maiores êxitos, como “Com ou Sem Mim” e “Apaga a Luz”.

 

Portugueses encheram a plateia, Nininho encheu o palco

Naquele que foi um dia marcado pela música e pelos artistas brasileiros, Nininho Vaz Maia foi o único artista português a cantar no palco do North Music Festival. Foi também o primeiro artista deste dia e atuou durante uma tarde de sol, sem qualquer chuva. Nininho é conhecido por juntar nas suas músicas o flamenco e a tradição cigana. Apesar de ter sido o primeiro artista a subir ao palco da Alfândega, cantou para um grande número de pessoas, naquele que foi um concerto intimista em que apresentou o álbum “Raízes”, de 2021, o seu primeiro álbum de originais.

Nininho Vaz Maia abriu o segundo dia do North Festival.

Depois de um primeiro dia marcado pelo rock e pela eletrónica, este segundo dia do North Music Festival atraiu visivelmente mais gente.

O festival encerra este domingo (28) com a presença de Robbie Williams, o cabeça de cartaz do último dia do festival, mas também com a presença de Pedro Abrunhosa e dos Black Mamba.

Artigo editado por Filipa Silva