Trabalho de Inês Araújo e Silva e Inês Pinto Pereira sobre crianças na Síria recebeu menção honrosa do júri. No total, foram distinguidas 14 peças jornalísticas.
O trabalho “Síria: No país das não-crianças”, da autoria de Inês Araújo e Silva e Inês Pinto Pereira, publicado no JPN em julho de 2022, recebeu esta quarta-feira uma menção honrosa do júri do Prémio de Jornalismo “Os Direitos da Criança em Notícia”, na categoria Imprensa Nacional/Online.
O trabalho multimédia, desenvolvido no âmbito do estágio curricular das agora licenciadas em Ciências da Comunicação pela Universidade do Porto, teve como foco a situação de extrema vulnerabilidade em que vivem milhares de crianças, de dezenas de países, presas em campos de refugiados na Síria, bem como a de muitas outras retidas em prisões para adultos no país do Médio Oriente, em guerra há mais de dez anos.
Para aferir a dimensão do problema, as autoras recolheram o testemunho de representantes de várias organizações internacionais que têm alertado para a situação, nomeadamente, da Save The Children, Médicos Sem Fronteiras, Comité da Cruz Vermelha Internacional, Human Rights Watch e Amnistia Internacional. Recolheram ainda o testemunho de uma jovem síria de 23 anos que cresceu num país em conflito.
Dividido em seis partes, o trabalho, com coordenação de Filipa Silva e Tiago Serra Cunha, contou ainda com ilustração de Afonso Melo, da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
“Muito agradecidas”, as autoras frisam que a distinção vai ao encontro do objetivo que perseguiam: “É uma prova de que este trabalho, que começou por ser uma ideia ambiciosa na redação, acabou por cumprir o nosso propósito: alertar para a existência de um conflito que afeta, há mais de uma década, a vida das crianças que vivem na Síria e que muitas vezes é esquecido pelos meios de comunicação social”, referem numa nota escrita enviada ao JPN.
“É a confirmação de que não é preciso ter muitos meios para conseguir fazer algo bem e com significado. É por trabalhos como este que gostamos de fazer o que fazemos”, concluem as autoras.
14 trabalhos premiados
Ao todo, o Prémio de Jornalismo “Os Direitos da Criança em Notícia”, promovido pelo Fórum sobre os Direitos das Crianças e dos Jovens, em parceria com a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, distinguiu 14 trabalhos jornalísticos nas categorias de televisão, rádio, imprensa e online, nas suas dimensões nacional e regional.
RTP, SIC, as rádios Antena 1, Antena 2 e Renascença, os jornais “Público” e “Expresso, o “Diário do Alentejo” e o “Sul Informação”, além do JPN, foram os meios com trabalhos premiados.
Do bullying às dificuldades encontradas por crianças com necessidades educativas especiais, passando pelas barreiras à adoção de crianças institucionalizadas ou pela fome passada por crianças no Brasil, foram vários os temas abordados pelo trabalhos premiados.
A lista completa dos prémios é a seguinte:
Categoria de Televisão:
Vencedores ex aequo
Catarina Marques, SIC – As lágrimas não se fazem ouvir
Filipe Pinto, RTP – O sonho acaba aos 15
Categoria de Rádio
Vencedores ex aequo
Isabel Meira, RTP/Antena 2 – A fome todos os dias
Celina Faria, RTP/Antena 1 – A cor do beijo
Categoria de Imprensa Nacional/Online
Vencedores ex aequo
Patrícia Carvalho, “Público” – Agem sempre como se nos estivessem a fazer um favor. E isso é o pior.
Joana Ascensão, “Expresso” – Filhos únicos na Terra
Imprensa Regional/online
Vencedores ex aequo
Nélia do Carmo Pedrosa, “Diário do Alentejo” – Bilingue – Escola de Referência para a Educação Bilingue do Distrito de Beja acompanha oito alunos com vários graus de surdez.
Marco Monteiro Cândido, “Diário do Alentejo” – Quando a diferença não é ser diferente.
Menções Honrosas:
Categoria de Televisão:
Miriam Alves, da SIC, com a reportagem O mínimo garantido?
Carla Adão, da RTP, com o trabalho Passos de Coragem.
Categoria de Rádio:
Daniela Espírito Santo, da Rádio Renascença, com a peça Nos bastidores do TikTok.
Categoria de Imprensa Nacional/Online:
Inês Chaíça, do Jornal Público, com Os miúdos não estão bem: o impacto da pandemia na saúde mental dos mais novos.
Inês Vanessa Pinto Pereira e Inês de Araújo e Silva, do JPN-JornalismoPortoNet, com o trabalho “Síria: No país das não-crianças”.
Imprensa Regional/online
Mariana Neto Carriço, do jornal Sul Informação, com Em Tavira, há um autocarro sem rodas que leva as crianças à escola.