Dillaz e Lon3r Johnny subiram ao Palco Academia na noite de quinta-feira, a tradicional noite académica para os estudantes do Porto.

Dillaz foi o protagonista da Queimas das Fitas do Porto esta quinta-feira. Foto: Beatriz Santos/JPN

Na sexta noite de Queima das Fitas, dia 9 de maio, Dillaz foi a atração principal do Queimódromo. Natural de Alcabideche, André Neto, nome verdadeiro do artista, cantou músicas do seu novo álbum e clássicos do seu repertório musical, como “Saudade” e “Mo Boy”, alguns dos seus temas mais conhecidos, para os milhares de pessoas que o ouviam.

O rapper português lançou o seu mais recente álbum, “O Próprio”, em fevereiro deste ano. “Habibi”, “Alô” e “Colãs” são alguns dos temas deste novo trabalho do cantor e foram também músicas que Dillaz cantou na Queima das Fitas do Porto, esta quinta-feira. A estudante de 20 anos, Francisca Miranda, revela que o artista que mais queria ver nesta noite de Queima era “Dillaz, como é óbvio”. A jovem achou o concerto “muito bom”, mas na sua opinião “faltou uma música, a Hennessy”. Esta música é uma das que compõem o novo álbum do artista.

Há ainda quem não seja fã de Dillaz, mas tenha sido conquistado pelo concerto. Eduardo Marques tem 19 anos e estuda Gestão. “Apesar de não gostar do Dillaz, gostei do concerto”, confessa o estudante. Eduardo revela que decidiu visitar o Queimódromo nesta noite para ver outro artista: “vim pelo Lon3r (Johnny), gostei muito”.

Assim como Dillaz, também Lon3r Johnny foi pontual, ao iniciar o seu concerto por volta da hora anunciada, às 22h00. Lon3r Johnny, ou João Freixo, trouxe ao palco Academia um concerto cheio de energia e marcado pelos vários moshpits, uma marca identitária dos seus concertos. Começou o seu espetáculo com uma contagem decrescente de trinta segundos e pediu ao público que se organizasse num desses moshpits. O rapper, natural de Lisboa, subiu ao palco com a sua conhecida energia e cantou temas como “Porsche Turbo”, “Stay Fly” e “GT3”.  Lon3r Johnny atuou depois de DJ Sarms ter estado a “aquecer” o público com música, desde as 21h00.

Finalista pode tudo

A semana da Queima das Fitas é uma semana dedicada aos finalistas dos vários cursos da Academia. Este evento, que se realiza sempre na primeira semana completa de maio, simboliza a despedida dos estudantes finalistas da Academia e também da cidade onde estudaram. Assim, estes são dias com um significado ainda mais especial para quem cursa o seu último ano.

Alexandre Quintão é estudante finalista de Ciências Farmacêuticas, na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. O estudante de 23 anos comenta que “esta será, muito provavelmente, a última queima” a que irá. “Esta celebração, só faz sentido enquanto estudante, quer pelas pessoas, quer pela panóplia de atividades”, justifica. Apesar de ter ido a todas as Queimas das Fitas desde que iniciou o seu percurso no Ensino Superior, excetuando aquelas que não se realizaram devido à pandemia, Alexandre deixa ainda alguns reparos à organização do evento. O jovem afirma que a Federação Académica do Porto (FAP) podia “filtrar melhor quem tem acesso ao evento, nomeadamente os não estudantes ou os alunos do Secundário”, fazendo com que este evento fosse assim “mais especial”.

Há quem viva esta semana em pleno e visite o recinto todas as noites. É o caso de Inês Feliz, uma jovem de 23 anos, que encerra agora o seu percurso no curso de Engenharia Química. A estudante afirma que, mesmo sendo finalista, voltará a ir à Queima, só não voltará “a ir a semana toda, claro”. Inês revela que, por ser finalista da Academia, atribui um significado mais especial a esta Queima das Fitas e acha “muito bom” o facto de ser “tudo muito focado para os finalistas”.

Gonçalo Salgueiro partilha da opinião de Inês. O jovem, que termina agora o seu curso de Medicina, afirma: “não, não vai ser a última (Queima)”. Tal como Inês e Alexandre, Gonçalo também foi a todas as Queimas das Fitas desde que é estudante do Ensino Superior. O finalista revela ainda que, além da “barraca da Gina”, a barraca do seu curso, o que mais gosta na Queima é  “o convívio entre as pessoas”.

Quatro finos, um euro?

Durante a semana da Queima das Fitas, o Queimódromo torna-se um verdadeiro “labirinto”, com as típicas barracas dos vários cursos da Academia. São 93 estruturas que enchem o recinto e o tornam numa verdadeira cidade, com ruas e becos cheios de pessoas.

O principal objetivo de cada barraca é vender. Os estudantes pretendem obter algum lucro e por isso a banca é montada cuidadosamente, pintada e decorada, por forma a atrair o maior número de clientes possíveis.

Uma das muitas barracas presentes no Queimódromo é a barraca “Baewatch”. Henrique Guedes estuda Economia e explica que esta foi uma ideia que surgiu para o Arraial D’Engenharia e “era um grupo mais pequeno e depois convidaram mais gente”. Afirma ainda que já tinham estado na Queima das Fitas do ano passado e que são “todos amigos, de faculdades diferentes”.

João Oliveira estuda Medicina no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS). A sua barraca é a famosa “barraca da Gina” e João destaca a construção e a preparação da mesma: “na semana anterior à Queima cria-se todo um processo  em que se juntam estudantes e montamos as barracas. Há muita interação entre elas”. O estudante afirma que já trabalha neste barraca há três anos.

A “Erasmus Addicted Barraquinha” é a barraca oficial da ESN Porto, a “Erasmus Students Network”. Esta organização internacional sem fins lucrativos, que representa os estudantes de Erasmus, não deixou de comparecer à Queima das Fitas. Dinis Borges faz parte da ESN Porto e dá várias razões pelas quais decidiu trabalhar na barraca. “Adoro vir à queima, nunca tinha trabalhado numa barraca e posso ajudar os meus amigos também”, afirma o estudante de 22 anos. Dinis confessa que está a gostar de trabalhar e que adorou “servir bebidas às pessoas e deixá-las com um sorrisinho na cara”.

Fabiana Boavista tem 21 anos e estuda Ciências Farmacêuticas. Encontra-se na barraca do seu curso, a “Para-Cê-Ta-Mol” e afirma que, estando no terceiro ano, “já é tradição”. Decidiu voluntariar-se com “um grupo de amigas” para fazerem turnos na barraca.

Na noite de hoje, dia 10 de maio, os estudantes podem contar com casa cheia. O Queimódromo vai encher para receber Mariana Bo, Regula e a banda irlandesa The Script.

Editado por Filipa Silva