Algumas dezenas de estudantes e ativistas ocuparam, esta noite, a Faculdade de Ciências do Porto em forma de protesto pela Palestina. Depois de terem estado no interior do edifício, passaram para o exterior, onde, dizem, ficarão a pernoitar.
Algumas dezenas de estudantes e ativistas pró-Palestina ocuparam uma parte do Departamento de Ciências da Computação da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) durante um par de horas, na noite desta quinta-feira (16/05). A ação, levada a cabo pelo Grupo Estudantil em Defesa da Palestina, passou há cerca de uma hora para o exterior do edifício, na entrada da FCUP.
Os apoiantes da causa chegaram ao Departamento de Ciências da Computação por volta das 20h30 e ocuparam uma área no interior do edifício. Consigo, tinham alguns mantimentos e sacos-cama. Ao JPN, uma das estudantes participantes, que preferiu não ser identificada, declarou que a ocupação seria para durar “o máximo possível”, até serem expulsos da faculdade.
Contudo, alguns estudantes presentes na sala e que se encontravam a estudar, terão feito queixa aos seguranças da faculdade, que tentaram convencer os manifestantes a abandonar o local, sem sucesso. A mesma estudante contou ao JPN que já foram avisados de que as forças polícias poderiam ser chamadas.
Em assembleia, os envolvidos acabaram por decidir passar a ocupação para o exterior da faculdade para que os protestos se prolongassem da forma mais pacífica possível.
A ação foi acordada na Assembleia geral estudantil que se seguiu à manifestação organizada ontem no Porto e é levada a cabo pelo Grupo Estudantil em Defesa da Palestina, que pretende demonstrar solidariedade com o povo palestiniano e pressionar a Universidade do Porto a cessar todas “as relações que mantém com instituições e empresas israelitas e que condene oficialmente o atual genocídio na Palestina”, referem no comunicado enviado às redações.
Os estudantes reclamam que a Universidade do Porto use também a sua influência junto da Câmara Municipal do Porto e do Estado português “para condenar” as ações de Israel e “para romper as relações diplomáticas” com o país, segundo a mesma nota.
Antes da ocupação desta quinta-feira, realizou-se uma nova assembleia geral estudantil e popular na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, pelas 18h00 horas. Foi de lá que partiram, em conjunto, vários estudantes e ativistas, que se deslocaram até à faculdade vizinha.
A ocupação, inspirada nas muitas manifestações estudantis que têm ocorrido sobretudo nas universidades dos EUA mas também na Europa, acontece no seguimento de uma carta aberta entregue ao reitor da Universidade do Porto, a 8 de maio, altura em que foi realizada uma assentada em frente à reitoria. O grupo afirma que “as ações continuarão até que as exigências das estudantes sejam acatadas”.
Editado por Filipa Silva