Reitoria da Universidade do Porto reconhece o direito à manifestação e não intervirá a menos que o grupo interfira com “o bom funcionamento da instituição”. Grupo tem assembleia marcada para o final da tarde e promete ficar o “máximo de tempo possível”.
Alguns estudantes e ativistas pró-Palestina que pernoitaram na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) continuam nas instalações. Para esta sexta-feira, 17 de maio, o Grupo Estudantil em Defesa da Palestina definiu um programa de atividades para dar continuidade ao protesto pacífico que mantêm no exterior da faculdade. A reitoria da Universidade do Porto refere que tem conhecimento dos planos dos manifestantes e tudo tem corrido com tranquilidade.
Fonte oficial da reitoria da Universidade do Porto garantiu ao JPN que a situação tem sido acompanhada com atenção e que os estudantes se têm mostrado “calmos e civilizados”, não constituindo qualquer tipo de entrave ao funcionamento normal da faculdade. “Estão a exercer o seu direito à manifestação. Apenas queremos que garantam o normal funcionamento da instituição, não perturbando os estudantes que estejam a ter aulas”, reforça. Para além disso, a faculdade permite que os manifestantes acedam ao edifício da FCUP e facilitou o acesso às casas de banho.
O Grupo Estudantil em Defesa da Palestina tem previsto para hoje uma cantina comum, debates sobre outras experiências de ocupação e sobre o conflito entre Israel e Palestina. Às 17h00, volta a acontecer uma assembleia geral para se discutir a continuidade da ação. Ao JPN, Ana Paula Cruz, membro do Coletivo pela Libertação da Palestina, um dos promotores da iniciativa, não negou a possibilidade de se manterem na faculdade durante o fim de semana: “Ficaremos o máximo de tempo possível até a Universidade do Porto atender aos nossos pedidos”.
Tal como a manifestação na Praça dos Poveiros desta quarta-feira (15), vários estudantes têm pressionado a Universidade do Porto para cortar relações com Israel. O pedido já tinha sido feito numa carta aberta dirigida ao reitor da Universidade do Porto, no dia 8 de maio. Ao JPN, a reitoria sublinha que apenas mantém relações de cooperação com universidades e instituições científicas: “A Universidade do Porto não tem relações com o Estado de Israel. São relações relativamente pequenas com universidades e centros de investigação israelitas, da mesma maneira que temos com a Palestina e com o Irão, por exemplo”.
Ainda assim, o reitor da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira, “comprometeu-se a distribuir a carta aberta junto de todos os órgãos de gestão da Universidade do Porto, faculdades e centros de investigação” para que se certifiquem que a instituição não está envolvida em quaisquer projetos com “aplicação militar”.
À hora de publicação deste artigo, estavam na FCUP cerca de 30 estudantes.
Editado por Filipa Silva