Os manifestantes e a diretora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto estavam a tentar chegar a um acordo sobre a desocupação há alguns dias, sem sucesso. Em resposta à falta de um acordo, os estudantes ocuparam esta segunda-feira dois andares do edifício do Departamento de Ciências de Computadores da faculdade. A PSP foi chamada ao local, a pedido da instituição.
A ocupação estudantil pró-Palestina na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) foi desmobilizada na manhã desta terça-feira (21), após a intervenção da Polícia de Segurança Pública (PSP) a pedido da Universidade, que tinha exigido aos estudantes que abandonassem o local até às 20h00 de segunda-feira (20). A saída dos estudantes decorreu de forma pacífica. Desde a noite de segunda-feira que as atividades estavam canceladas, confirmou o JPN junto de fonte oficial da reitoria.
Os estudantes, que ocuparam parte do Departamento de Ciências de Computadores da FCUP na última quinta-feira (16) e que se mudaram, ainda nessa noite, para os jardins da instituição, decidiram na noite de segunda-feira (20) ocupar dois andares desse edifício, depois de a diretora da FCUP ter recusado participar numa assembleia do grupo.
Os manifestantes e a diretora da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto estavam a tentar chegar a um acordo sobre a desocupação há alguns dias, sem sucesso. Ao final da tarde de segunda-feira, uma representante dos estudantes reuniu com a diretora da FCUP para informar que o grupo ainda não tinha tomado uma decisão e convidar a responsável a participar numa assembleia popular. A diretora recusou o convite e disse que a situação inviabilizava o diálogo.
“A intransigência não foi nossa, e sim da diretora, que preferiu fechar a faculdade do que reconhecer o genocídio na Palestina“, disse ao JPN Ana Paula Cruz, membro do Coletivo pela Libertação da Palestina. Os manifestantes exigiram que a faculdade reconhecesse publicamente o que chamam de “genocídio na Palestina” e revisse os seus laços com instituições israelitas.
“Decidiram [numa assembleia] invadir o edifício com palavras de ordem e tambores”, relatou a fonte da Universidade do Porto, para quem tais atos cruzaram “claramente uma linha vermelha“. Na sequência dos protestos, desde “as 20h00 de ontem”, “todas as atividades foram canceladas”, afirmou. A mesma fonte disse que a polícia foi acionada para garantir a segurança e a legalidade da ação de desmobilização.
A desmobilização aconteceu sem “violência direta”, confirmou Ana Paula Cruz, membro do Coletivo pela Libertação da Palestina. Ao JPN, referiu ainda que os manifestantes tiveram conhecimento na véspera de que a polícia chegaria ao local e decidiram que sairiam sem resistir.
“Chegaram sete carros de patrulha da polícia de intervenção, um nível de presença policial completamente desproporcional ao número de manifestantes”, apontou Ana Paula Cruz. Os manifestantes optaram, segundo a própria, por não resistir ativamente à desocupação, retirando-se de forma organizada e pacífica.
Enquanto a direção da FCUP continua a avaliar possíveis danos e a realizar a limpeza do local, os manifestantes já estão a planear as próximas ações. “Vamos reunir nos próximos dias para planear os próximos passos“, disse Ana Paula, reforçando o compromisso contínuo do grupo com a causa palestiniana.
Editado por Inês Pinto Pereira