O famoso festival de cultura contemporânea vai receber centenas de artistas portugueses e internacionais, entre os quais Tangerine Dream e Africa Negra. O evento decorre de 31 de maio a 2 de junho, em formato 'non-stop', durante 50 horas.
Serralves volta a estar em festa entre 31 de maio e 2 de junho. O evento, que reúne diversas vertentes artísticas, como música, dança, circo contemporâneo e cinema, vai animar os espaços da Função de Serralves durante 50 horas ininterruptas. O festival, que chega à 18.ª edição, é gratuito.
A apresentação do festival realizou-se esta terça-feira (21). Na área da música, há 45 concertos. Destaque para as atuações da banda alemã Tangerine Dream, pioneiros no cruzamento do rock com a eletrónica, que acontece a 31 de maio, pelas 23h00; os portugueses Glockenwise, banda de rock alternativo que vão ter em Ana Deus uma convidada especial, vão atuar às 00h00 do dia 1 de junho; e Africa Negra, banda de culto de São Tomé, vai atuar a 1 de junho, pelas 17h00. A violinista Jessica Moss é também um dos destaques deste ano e é a primeira a atuar no festival, pelas 21h00 do dia 31.
Na área da dança, o destaque vai para os espetáculos “Terra Cobre“, que junta o percussionista João Pais Filipe e o bailarino Marco da Silva Ferreira, onde o corpo é usado como elemento percussivo; “KRUMP Session“, “uma dança com uma estrutura ritualística de libertação” que celebra em palco aquilo que é posto de parte nos espaços institucionais; e “S-P-H-Y-M-O“, uma peça sonora e performática, desenvolvida em parceria com o Instável Centro Coreográfico.
Podem ser vistas também algumas performances na área do circo contemporâneo, nomeadamente “Sol Bemol” e “A Journey“, e do teatro, como “Las Vacaciones de Madame Roulotte“. Para além dos concertos e dos 25 espetáculos de artes performativas, os visitantes poderão também assistir a sessões de cinema e visitar exposições, que estão em exibição no Museu e na Casa de Serralves, entre outros, que este fim de semana estão de portas abertas. As atividades vão estar espalhadas pelos vários espaços da Fundação de Serralves, nomedaemente no Prado, Ténis, Parterre Central e Clareira das Bétulas.
As portas de Serralves abrem às 18h00 de 31 de maio e só voltam a encerrar no domingo.
Na quinta-feira, 30 de maio, vai haver um “aquecimento” do Serralves em Festa, com várias performances espalhadas pelo Porto, Vila Nova de Gaia (Jardim do Morro) e Maia (Praça Dr. José Vieira de Carvalho). Durante a apresentação, a coordenadora do Serviço de Artes Performativas da Fundação de Serralves, Cristina Grande, destacou “Les Taupes“, uma atuação de circo contemporâneo de Philippe Quesne. Cristina Grande descreve o espetáculo como sendo “um concerto em formato de desfile, uma manifestação em defesa da natureza”, que vai dos Clérigos até à Praça Carlos Alberto.
O diretor de recursos e projetos especiais da Fundação Serralves, Rui Costa, afirma que o festival não tem um público-alvo definido. “É pensado para diferentes públicos, de modo a que cada um possa encontrar algo em que se reveja. Deste modo, contribuir também para a diversificação cultural, para a qualificação cultural e para a democratização da cultura, com respeito, e promovendo a sustentabilidade ambiental e social – ideias base inerentes à própria Fundação de Serralves”, disse.
Uma prova de que o festival é para todos é a programação destinada a crianças, apresentada pela coordenadora do Serviço Educativo, Inês Pina. Os mais novos vão poder participar em oficinas e visitas guiadas, assistir ao teatro infantil, e visitar uma biblioteca itinerante.
Relativamente aos acessos ao Serralves em Festa, Rui Costa garantiu, em declarações ao JPN, que as obras do Metrobus na Avenida Marechal Gomes da Costa não vão ser um problema. “A própria Câmara do Porto tem sido sensibilizada para que os constrangimentos não aconteçam e, em contrapartida, como tem acontecido, teremos mais uma vez reforço de meios alternativos de acesso ao Serralves em Festa, designadamente em transporte público, com parcerias com parques de estacionamento nas proximidades. Portanto, julgo que não haverá razão nenhuma para as pessoas deixarem de vir ao Serralves em Festa”, disse.
De acordo com uma nota, a edição passada “bateu todos os recordes de público ao receber mais de 290 mi visitantes“.
Editado por Inês Pinto Pereira