O avanço das obras da Linha de metro Rubi (H), entre a Casa da Música e Santo Ovídio, já é visível. A partir desta sexta-feira (24), inicia-se uma nova fase dos trabalhos, que vai obrigar a uma série de condicionamentos com impacto em algumas vias, principalmente em Vila Nova de Gaia.

Vista da futura estação da Arrábida, em Gaia. A Linha Rubi deverá ficar pronta em 2026. Imagem virtual: Metro do Porto

A ligação de Vila Nova de Gaia ao Porto pela Arrábida vai ficar, a partir deste fim de semana (24), mais difícil, dado o avanço das obras de construção da Linha Rubi da Metro do Porto. Os trabalhos vão gerar condicionamentos ao longo de toda a Via Edgar Cardoso, entre a zona de Coimbrões e o nó da Arrábida.

Segundo a Metro do Porto, numa primeira fase, de sexta (24) para sábado (25), vai ser efetuado um corte na via da esquerda, no sentido ascendente do viaduto do Candal. Numa segunda fase, entre sábado (25) e domingo (26), fica suprimida a circulação rodoviária em toda a VL8.

Em concreto, as obras vão reformular este troço, suprimindo as duas atuais rotundas da via e criando duas novas, sob a via do metro. Além disto, vão também ser criadas ciclovias entre a localização da atual rotunda Edgar Cardoso e a Arrábida.

Esta intervenção, articulada entre a Metro do Porto e a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, é, ainda, motivada pela construção de dois viadutos e de três estações para o futuro metro, sendo elas Arrábida, Candal e Rotunda. Esta última vai ser desnivelada e irá incluir um parque de estacionamento subterrâneo.

De forma a minimizar os danos causados pelas obras, foram estipulados alguns percursos alternativos – a Metro sugere o uso da A1, para a Arrábida, ou a A44 e a A20,
em direção ao Freixo. Estes constrangimentos vão durar dois anos, estando salvaguardados os acessos a casas, garagens, escritórios e estabelecimentos que se encontrem na zona das obras.

Segundo o site da Metro do Porto, a Linha Rubi (H) “tem conclusão prevista para 2026, acrescentando 6,3 quilómetros à rede de Metro do Porto”. A nova linha pressupõe a criação de 8 paragens, sendo elas Casa da Música, Campo Alegre, Arrábida, Candal, Rotunda, Devesas, Soares dos Reis e Santo Ovídio.

As obras que vão permitir ligar o Porto a Gaia vão, também, dar origem à construção de uma nova travessia sobre o rio Douro, a futura Ponte Ferreirinha, que se prevê concluída no final de 2025.

Segundo o Porto Canal, com a construção desta ponte, o metro vai seguir por um novo viaduto sobre o qual “será construída a nova rotunda da Arrábida, que ligará o trânsito à autoestrada, à Afurada e às imediações do Arrábida Shopping”.

Anulada vai ser a rotunda que atualmente existe na VL8 junto à Rua 28 de Janeiro “e vias laterais”. Em contrapartida, será criada outra rotunda por baixo dessa via, na Avenida Mestre José Rodrigues, perto do estádio do Candal, onde hoje está um viaduto, refere o Porto Canal. 

Segundo a agência Lusa, entre a Rua Rei Ramiro e a futura estação da Rotunda, toda a via vai ser reformulada “de modo a integrar o corredor do metro” na zona central. Ainda na Rua Rei Ramiro, a rotunda hoje aí existente vai ser suprimida, “sendo o atravessamento da VL8 assegurado através da construção de uma passagem inferior que ligará a Rua António Gustavo Moreira, a poente, com a Rua Rei Ramiro, a nascente”, explica a agência Lusa.  Também no percurso para as Devesas, “a Rua André de Castro será prolongada até à Rua José Falcão, passando em passagem desnivelada por baixo da VL8”.

Nesta apresentação em vídeo feita em janeiro pela Metro do Porto dá para ter uma ideia da nova configuração projetada para esta via (ver a partir dos 2’35).

A reestruturação desta rodovia vai terminar na rotunda Engenheiro Edgar Cardoso, que “passará a ter uma única coroa de circulação com quatro vias”, explica a Agência Lusa que teve acesso ao anteprojeto.

Além destas modificações está prevista a construção de ciclovias dos dois lados da VL8 e na futura estação de metro Rotunda.

São muitas obras e muitos custos. A Linha Rubi (H) representa um investimento global de 435 milhões de euros, financiados pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

Segundo a Metro do Porto, a construção desta nova linha vai trazer vários benefícios, “quantificados em 1,7 mil milhões de euros”. É esperado que esta obra traga mais de 12 milhões de utilizadores anuais do Metro, sendo 10 deles, estudantes, “que passam a ter um acesso mais facilitado ao Pólo Universitário do Campo Alegre e às faculdades de Arquitetura, de Ciências e de Letras”.

Atualmente, o Metro do Porto conta com seis linhas em operação: Azul (A), Vermelha (B), Verde (C), Amarela (D), Lilás (E) e Laranja (F). Ao todo, englobam os municípios do Porto, Gaia, Maia, Gondomar, Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Matosinhos. Espera-se que, agora, a criação da Linha Rubi (H) ajude a concretizar o objetivo da Metro do Porto de chegar aos 150 milhões de clientes por ano, até 2030.

Editado por Filipa Silva