Adjunto de Conceição é dado como certo na generalidade da comunicação social. Sérgio Conceição despediu-se esta terça-feira do clube onde fechou "um ciclo de 30 anos".
O FC Porto oficializou, esta terça-feira (4), a saída de Sérgio Conceição do comando técnico da equipa principal de futebol no final da presente temporada.
O contrato do técnico estende-se até 30 de junho, data em que “a relação laboral entre as partes terminará”, informou o clube num primeiro comunicado lançado pouco depois da meia-noite.
O apoio declarado de Conceição à candidatura de Jorge Nuno Pinto da Costa nas últimas eleições fazia adivinhar a saída, tendo em conta a vitória de André Villas-Boas nas urnas. Em todo o caso, o “dossiê” Conceição foi adiado para depois da Taça de Portugal, que o clube venceu no passado dia 26.
Por resolver estava o acordo de prorrogação do contrato por quatro anos, que Sérgio Conceição assinou com o anterior presidente, a dois dias das eleições. Contudo, informou ontem a SAD, Conceição acionou a cláusula prevista nesse contrato e procedeu “à rescisão unilateral do mesmo”.
“Esta rescisão não implica o pagamento de quaisquer quantias pela FC Porto – Futebol, SAD (além, naturalmente, dos vencimentos e prémios referentes ao contrato ainda em vigor)”, acrescentou o clube.
Já durante o dia, o FC Porto agradeceu publicamente a Conceição num texto em que passou em revista a ligação do técnico de 49 anos ao clube. Uma ligação que começou bem cedo para Conceição, como jogador, quando tinha apenas 16 anos e que depois da passagem por vários emblemas nacionais e estrangeiros culminou no regresso, em 2017, como treinador da equipa principal.
Sete temporadas depois, o técnico sai com um registo para já ímpar: “o treinador com mais jogos (379), vitórias (274) e troféus (11) da história azul e branca”.
No mesmo dia, Sérgio Conceição publicou na sua conta de Instagram um texto de despedida para assinalar o fim de “um ciclo”. “Um ciclo que começou há mais de 30 anos, quando o meu pai me trouxe até à porta do Estádio das Antas para iniciar a maior viagem da minha vida”, referiu o técnico natural de Ribeira de Pena.
Temperamental, o técnico assumiu na mesma publicação que não foi “sempre o mais fácil, o mais bem-humorado”, mas garante ter sido “sempre frontal, leal, e fiel tanto ao clube como a cada uma das pessoas” com quem se cruzou no FC Porto.
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Vítor Bruno é o sucessor?
Resta saber (ou confirmar) quem vai assumir o comando técnico da equipa, mas há um nome que parece garantido, de acordo com a comunicação social desta manhã: Vítor Bruno, que foi, nas últimas sete temporadas, adjunto de Sérgio Conceição, e que foi também quem assumiu o banco da equipa nas muitas ocasiões em que Conceição cumpriu castigos.
De acordo com a imprensa da especialidade, o adjunto de 41 anos reuniu-se esta quarta-feira de manhã com o novo presidente do FC Porto, André Villas-Boas, com Andoni Zubizarreta, agora diretor desportivo do clube, e Jorge Costa, o antigo central que assumiu o departamento de futebol, para a formalização do convite.
Vários jornais garantem que o acordo entre as partes já está fechado e que a apresentação oficial do treinador deverá acontecer já esta sexta-feira.
A confirmar-se, esta será a primeira experiência de Vítor Bruno na qualidade de técnico principal. O filho do histórico treinador português Vítor Manuel começou a treinar em Angola, em 2009, passou depois pela Naval 1.º de Maio e Leixões.
Na época 2011/2012 juntou-se, como adjunto, a Sérgio Conceição no Olhanense e nunca mais deixou o antigo jogador do FC Porto. Académica, SC Braga, Vitória e Nantes foram as paragens que se seguiram até chegar ao Dragão na época 2017/2018 para vencer o campeonato logo nessa época.
A este somaram-se dez troféus que ficam na história do “reinado” de Sérgio Conceição: mais dois campeonatos, quatro Taças de Portugal, três Supertaças e uma Taça da Liga.