A exposição, da Irmandade dos Clérigos, pretende assinalar os 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões. Para além daquele que se acredita ser o primeiro exemplar de "Os Lusíadas", podem ser vistos outros dois volumes da obra do poeta, bem como um busto de Camões da autoria de Soares dos Reis.

Exposição pode ser visitada até 31 de agosto. Foto: Irmandade dos Clérigos/D.R

A Torre dos Clérigos inaugurou na quinta-feira (13) a exposição “Camões e os Clérigos”, que inclui um exemplar da primeira edição de “Os Lusíadas”, bem como outros dois volumes da obra de Luís Vaz de Camões. A exposição acontece no ano em que se celebram os 500 anos do nascimento do poeta.

A professora catedrática da Universidade de Coimbra e especialista em Literatura Rita Marnoto defende que o livro exposto nos Clérigos, que pertence ao Ateneu Comercial do Porto, se trata da edição pura, de 1572, por conter erros próprios relacionados com marcas da época

Durante a sessão que antecedeu a inauguração, Rita Marnoto explicou que esses erros não constam nas edições seguintes, já que o livro terá sofrido correções. Como exemplo, a professora falou sobre a expressão “de águas” que, segundo a própria, aparece no livro como “d’águas”, uma marca específica que não poderia ter sido alterada depois de escrito dadas as limitações da gralha, forma como se designava o documento na altura.

Também o Padre Manuel Fernando, da Irmandade dos Clérigos, partilha a ideia de que este poderá ter sido o primeiro livro a ser produzido pelo poeta. Ao JPN, descreveu este exemplar – existirão cerca de 50 exemplares da primeira edição – como uma “autêntica relíquia“.

Para além de apresentar esta primeira edição de “Os Lusíadas”, a exposição inclui também um busto de Vaz de Camões, que habitualmente está no Ateneu Comercial do Porto, da autoria de Soares dos Reis, datado de 1880. O mesmo ano de um outro exemplar de uma edição mais tardia de “Os Lusíadas”, publicada por Emílio Biel e dedicada a D.Pedro II do Brasil. Trata-se de uma edição crítica e comemorativa para assinalar o tricentenário da morte do poeta, a efeméride que justificou também a criação do busto. A par do livro de 1880, está exposta também uma reprodução fac-similada da primeira edição em miniatura.

Exposição visa comemorar os 500 anos do nascimento de Camões. Foto: Irmandade dos Clérigos/D.R

No dia da inauguração, foi ainda realizada uma caminhada “Camoniana” com o historiador Joel Cleto pelos pontos da cidade que têm ligação ao poeta português. O percurso começou na Igreja dos Clérigos e terminou no busto de Camões, na fachada da Livraria Latina, no entroncamento da Rua de Santa Catarina com a Rua 31 de Janeiro. 

Os bilhetes podem ser adquiridos por oito euros (adulto). Para aqueles que quiserem conhecer apenas as exposições em exibição no Museu dos Clérigos, os bilhetes têm um custo de cinco euros.

Os interessados podem visitar a exposição até 31 de agosto na Torre dos Clérigos.

Editado por Inês Pinto Pereira