Além da carta aberta que a Associação Alojamento Local Porto e Norte enviou à Ministra da Administração Interna, também os presidentes das freguesias do Centro Histórico e Ramalde apelaram, na Assembleia Municipal do Porto, a um reforço do policiamento nas ruas do Porto.
Numa carta aberta dirigida, na última semana, à Ministra da Administração Interna, a Associação Alojamento Local Porto e Norte (ALPN) manifesta a sua preocupação relativamente à “crescente crise de segurança” na cidade. Na mesma linha, também os autarcas das freguesias de Ramalde e Centro Histórico levaram este assunto à reunião da Assembleia Municipal do Porto, que se realizou na segunda-feira (17).
Face ao conhecimento de notícias de “pessoas que têm receio de sair à rua porque já foram assaltadas” e “turistas que são espancados em plena luz do dia” ou de “negócios vítimas de vandalismo”, a associação considera urgente mais vigor na ação das autoridades de segurança.
Tendo em conta que uma das razões do “sucesso e atratividade do nosso país” para os turistas é a “perceção de segurança” e o “saber bem receber”, esta entidade teme que a instabilidade presente possa resultar numa diminuição do “interesse” por Portugal como destino turístico de eleição.
A associação constata que esta problemática é, acima de tudo, fruto da “falta de presença e/ou eficácia no policiamento”, tendo já diversas entidades denunciado que é “totalmente insuficiente e ineficaz no combate que é necessário e urgente levar a cabo no momento”.
Ao JPN, uma fonte oficial da ALPN assegura que esta carta aberta surge no seguimento de “várias circunstâncias e várias reuniões”, das quais a associação tem feito parte, nomeadamente ao nível de “freguesias e da câmara municipal”. Ao longo destas reuniões, constataram que, “pelas notícias que têm vindo a público” e tendo por base o RASI [Relatório Anual de Segurança Interna], há “efetivamente” um “acréscimo da criminalidade na cidade do Porto”.
A ALPN reforça que o objetivo desta carta aberta é “evitar consequências trágicas no futuro de mais de 60.000 famílias portuguesas e do turismo de Portugal”, apelando a uma “tomada de medidas de contenção” por parte do ministério de Margarida Blasco.
Autarcas partilham preocupação
Quem também partilha da ideia de que existe um “clima de insegurança” na cidade, são os presidentes das freguesias do Centro Histórico, Nuno Cruz, e de Ramalde, Patrícia Rapazote, que fizeram referência à problemática na reunião de segunda-feira (17) da Assembleia Municipal.
Quase um ano após o discurso de Nuno Cruz na Assembleia Municipal, no qual o próprio salientou “várias vezes” a frase “estou muito preocupado”, o autarca da União de Freguesias do Centro Histórico fez esta semana um “novo apelo” à Ministra da Administração Interna: “É urgente resolver esta situação. Não queremos que o nosso sentimento de insegurança seja notícia lá fora. Queremos continuar a ser visitados e admirados, e receber turismo de todo o mundo. Por isso, é muito importante focarem-se na resolução deste problema”, disse Nuno Cruz.
Também Patrícia Rapazote, presidente da Junta de Freguesia de Ramalde, afirma que estão a passar por “alguns problemas de insegurança”. A autarca refere que há “cada vez mais assaltos” e pede ao governo um reforço do “policiamento de proximidade”, principalmente ao nível da videovigilância.
Até à data de contacto pelo JPN, na terça-feira (18), a ALPN ainda não tinha obtido resposta por parte do Ministério da Administração Interna, apesar de terem “feito também por outras vias o pedido de audiência”, disse a associação ao JPN. Embora estivesse prevista uma “reunião conjunta entre a autarquia e as forças da cidade” com o MAI, esta “não ocorreu”.
Editado por Filipa Silva