O anúncio foi feito esta terça-feira pelo presidente da Câmara do Porto. Segundo o autarca, uma inspeção atestou que foram "tomadas as medidas de mitigação de riscos e medidas de segurança". Bombeiros Sapadores abandonam o local a partir do dia 1 de julho.

Centro comercial Stop reaberto e com intervenções concretizadas.

O Centro Comercial Stop abriu portas, pela primeira vez, em 1982. Foto: Fiona Valoi/JPN

O piquete do Regimento de Sapadores Bombeiros do Porto, que se encontrava há quase um ano à porta do Centro Comercial Stop, vai abandonar o local a partir de 1 de julho. O anúncio foi feito esta terça-feira (25) pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, depois de ter sido realizada uma inspeção que atesta que foram “tomadas as medidas de mitigação de riscos e medidas de segurança”. 

Estão reunidas todas as condições para não precisarmos de ter lá os Sapadores Bombeiros, que a partir do dia 1 deixarão de lá estar”, disse o autarca, no final da reunião privada do Executivo.

De acordo com uma nota da autarquia, a inspeção levada a cabo pelo Regimento de Sapadores Bombeiros na última quinta-feira confirmou que as “medidas excecionais” foram cumpridas, nomeadamente a “implementação e operacionalização dos meios de 1.ª intervenção (extintores e rede de incêndio armada), a “formação de combate a incêndios de 1.ª intervenção a todos o utilizadores dos espaços do edifício”, e a “implementação de um procedimento de alerta direto ao RSB e atuação em caso de incêndio”. Rui Moreira disse ver com “agrado que os proprietários fizeram aquilo que estava ao seu alcance” para resolver as intervenções que eram exigidas no relatório da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), que foi conhecido em setembro do ano passado.

Porta de Emergência do Centro Comercial Stop entaipada

A porta de emergência do Stop está entaipada. Foto: Fiona Valoi

Aos jornalistas disse que, por resolver, está ainda a questão da “porta de segurança”, situada nas traseiras do edifício. Essa porta continua fechada, depois de ter sido construído um muro junto à saída, deixando um espaço muito estreito para esse acesso. A autarquia, segundo Rui Moreira, está a estudar a possibilidade de ser feita “uma abertura alternativa”.

A maioria das lojas do Centro Comercial Stop, localizado na Rua do Heroísmo, no Bonfim, foi selada em julho de 2023 e voltaram a reabrir duas semanas depois, com algumas condições, nomeadamente a presença de um piquete do Regimento de Sapadores Bombeiros. De acordo com uma nota da autarquia, o piquete foi mobilização nessa altura, “com o intuito de uma utilização condicionada e temporária, até serem realizadas as obras necessárias para o tipo de utilização pretendida”.

Sobre o horário de funcionamento do centro de comercial, o autarca disse que os ajustes têm que ser discutidos “entre os músicos e o condomínio”.

Pires de Lima em obras

Questionado pelos jornalistas sobre a influência que a autarquia poderá ter tido na dinâmica do centro comercial, que assistiu à saída de alguns músicos, Rui Moreira disse apenas que “a Câmara e o presidente da Câmara não queriam ser responsabilizados se lá houvesse uma tragédia“. “Porque se houvesse uma tragédia, a pergunta seria porque é que a Câmara não tomou as medidas que tinham sido recomendadas em termos de proteção e segurança”, acrescentou.

De acordo com o jornal “Público”, que cita o presidente da Associação Cultural de Músicos do STOP, Rui Guerra, de “cerca de 500 músicos” terão sobrado “200 ou 250”.

Relativamente às rendas futuras, que poderão sofrer um aumento, o autarca lembrou que a Câmara do Porto está a “trabalhar” numa alternativa: a Escola Pires de Lima. Segundo o autarca, a escola vai ser um “recurso para aqueles que não possam chegar a um entendimento com os senhorios“.

Rui Moreira disse que “uma parte das obras” da escola já está concluída, mas disse que ainda não há uma previsão para quando poderá o espaço começar a ser utilizado. Em janeiro, durante uma reunião pública do Executivo, o vereador do Urbanismo e Espaço Público, Pedro Baganha, disse que a sua expetativa era que, “até ao final do ano“, tivessem “gente a ocupar os espaços na primeira torre, eventualmente na segunda”.

“Aquilo não vai deixar de ser o Centro Comercial Stop”

De acordo com o autarca, o município está disponível para “assumir alguns dos equipamentos lá existentes, nomeadamente as salas de cinema“, assim que “o licenciamento esteja garantido”. 

“Havia a ideia, que foi propagada por quem queria seguramente lançar uma grande confusão nisto, de que tudo o que estava a acontecer era para que aquele edifício fosse demolido para lá ser construído um hotel”, disse Rui Moreira, relembrando que, concluído o processo de classificação do edifício em curso, “não vai deixar de ser o Centro Comercial Stop“.

O autarca disse ainda que os proprietários do centro comercial poderão criar um espaço de co-working no último piso do edifício. Algo que, segundo Rui Moreira, a autarquia vê com bons olhos, já que “tudo isto irá contribuir para a sustentabilidade do edifício”.

Editado por Filipa Silva