A zona de Gens/Covelo, na Foz do Sousa, e de Branzelo e Melres são as que mais preocupam nesta altura em Gondomar. Perigo à volta de uma pirotecnia foi anulado durante a noite. Fumo impede atuação de meios aéreos. Não se espera resolução nas próximas horas. Confira o ponto de situação feito pelo presidente da autarquia, Marco Martins.
Com o fogo por perto das casas, as situações “mais preocupantes” no que diz respeito aos incêndios no município de Gondomar eram, pelas 13h00, as registadas “na zona de Gens/Covelo, na Foz do Sousa, e na zona de Branzelo e Melres“, indicou ao JPN Marco Martins, no ponto de situação feito a esta hora à comunicação social.
O autarca, acabado de chegar de uma viagem ao estrangeiro que interrompeu devido aos incêndios, informou ainda que, até ao momento do briefing, sete bombeiros ficaram feridos no combate a este incêndio, “seis ontem e um hoje”.
Também já arderam mil hectares de terreno – a fazer lembrar os grandes incêndios de 2016 no concelho. Quanto a danos materiais, além da casa devoluta, que ardeu esta segunda-feira, arderam também duas oficinas de automóveis, “uma das quais mais emblemática com 22 carros”, referiu o autarca. O número de escolas encerradas também foi atualidado: “42 no alto concelho”.
No terreno, continuam 231 operacionais apoiados por 50 viaturas. Falta um meio aéreo que não está a atuar “por causa do fumo”.
“Neste momento, estamos a aguardar que a meteorologia permita, por um lado, diminuir as rajadas de vento que existem e permita a atuação dos meios aéreos que já cá estiveram, mas não conseguiram atuar, devido ao fumo”, explicou Marco Martins.
Sobre as previsões que faz, tendo em conta a experiência que tem nesta área – já foi bombeiro e é presidente da Comissão Distrital da Proteção Civil -, o autarca não espera facilidades nas próximas horas.
“Durante a tarde de hoje vai ser impossível resolver isto. Vai depender da meteorologia e de se conseguir ou não resolver isto durante a próxima madrugada. Mas serão horas muito difíceis de trabalho e os bombeiros estão exaustos, não há gente para os render e não há mais meios, porque grande parte dos meios do distrito do Porto estão em Oliveira de Azeméis a ajudar nos incêndios”, referiu.
Às populações, pediu para “manterem a calma” e “seguirem as indicações das autoridades” e deixou ainda um apelo para que não criem “grupos informais de ajuda”. “Sigam as indicações das entidades. Senão, apesar da boa vontade, de toda a generosidade, criam-se problemas de logística que nós não conseguimos resolver”, afirmou.
Há também muitos cortes nas vias em Gondomar, cortes que são “dinâmicos” e vão sendo alterados de acordo com a evolução do fogo. A A43, a A41, a N108 e a Estrada D. Miguel são as principais vias afetadas em alguns dos seus troços.
Questionado pelo JPN sobre uma pirotecnia existente na zona de São Pedro da Cova, Marco Martins revelou que o local mereceu a preocupação das autoridades durante a noite. “Esteve em risco, mas os bombeiros conseguiram atuar, montaram um perímetro e conseguiu-se afastar qualquer perigo dessa pirotecnia”, concluiu.