Incêndios devastam cerca de 3 mil hectares em Gondomar, afetando aproximadamente 28% da área florestal do concelho e deixando mil pessoas direta ou indiretamente atingidas. Balanço foi feito pelo presidente da autarquia em entrevista à CNN Portugal.
Autarca de Gondomar queixou-se da falta de ajuda vinda do exterior do distrito. Foto: Cortesia de Alexandra Ferreira/D.R.
Os incêndios que começaram na segunda-feira (16) em Foz do Sousa, Gondomar, e se espalharam pelo concelho ao longo da semana, atingiram uma área de cerca de três mil hectares, segundo o presidente da Câmara Municipal de Gondomar (CMG), Marco Martins.
Em entrevista à CNN Portugal na noite de quinta-feira, o autarca afirmou que ardeu cerca de 17% do total do concelho, concelho esse onde 65% da área corresponde a floresta – 28% desta área ardeu, sobretudo nas localidades de Foz do Sousa, Jovim, Covelo, Melres, Medas, São Pedro da Cova e São Cosme.
“Temos vários danos naquilo que são os logradouros de algumas unidades industriais, anexos a algumas habitações, mas naquilo que é a parte principal de habitações, ou a parte principal de empresas – tirando uma oficina de automóveis – não houve mais nenhum dano”, afirmou Marco Martins.
Em termos comparativos, o presidente da Câmara de Gondomar afirmou que em 2005 e 2016 Gondomar foi atingido por incêndios semelhantes, mas neste ano notou uma “grande diferença” em relação a esses anos: as equipas de combate não tiveram ajuda de corporações de fora do distrito do Porto e a CMG encontrou dificuldades para contactar o Governo, criticou.
Como forma de agradecer e reconhecer o esforço dos profissionais envolvidos no combate ao fogo, a Câmara Municipal aprovou, na sexta-feira (20) um voto de louvor a todas as entidades e operacionais que participaram nas operações de socorro.
Na entrevista, não foi feita uma estimativa do valor global dos prejuízos. O “Jornal de Notícias” de sábado refere que cerca de mil pessoas terão sido direta ou indiretamente afetadas pelas chamas, além de terem sido destruídas duas serralharias, duas oficinas – uma das quais guardava um clássico Toyota MR2 no valor de 25 mil euros – e uma casa de madeira onde um idoso pernoitava. Os técnicos da Câmara e da Comissão Coordenadora do Desenvolvimento Regional do Norte estão nesta altura a fazer um levantamento dos estragos.
Devido à gravidade da situação, em comunicado, a CMG informou que encerrou no fim de semana as instalações desportivas municipais, além de ter cancelado os eventos previstos. As atividades normais, incluindo das muitas escolas que foram fechadas na semana passada, foram retomadas esta segunda-feira, 23 de setembro.
Editado por Filipa Silva
